Dados do Trabalho
TÍTULO
INCIDÊNCIA DE VIOLÊNCIA SEXUAL NO AMAZONAS. ANALIZANDO RESULTADOS.
OBJETIVO
Avaliar a incidência de casos registrados de violência sexual contra a mulher no Estado do Amazonas em um período de 5 anos.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo retrospectivo, quantitativo, temporal, a partir de dados obtidos do portal da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas FVS, atualizado em 20\06\2022, em concordância com a Resolução do CNS 510\2016, nos termos da Lei 12.527\2018. As variáveis pesquisadas incluem a ocorrência de casos por ano \ por faixa etária \ por município, no período de 2017 a 2022. Os resultados encontrados foram submetidos a análise estatística no programa Jamovi e realização do Teste Exato de Fisher.
RESULTADOS
O número total de casos registrados no Amazonas, no período de estudo (2017 a 2022) foi de 19.404 com a seguinte distribuição por ano de ocorrência: 3.270 (16,8%) em 2017, 3.611 (18,6%) em 2018, 4.333 (22,3%) em 2019, 3.116 (16,1%) em 2020, 3.656 (18,8%) em 2021 e 1.418 (7,35) em 2022 até 20\06\2022. A faixa etária mais acometida em todos os anos do estudo foi de 10 a 19 anos com 9.201 (47,4%) casos, seguido pela faixa etária de 20 a 29 anos com 6.001 (30,9%). Entre os municípios com maior número de ocorrência e registros, está Manaus com 7.975 (41,1%), Tefé com 1.623 (8,4%) casos, Manacapuru com 1.261 (6,5%) casos, e Benjamim Constant com 1.001 (5,2%),
CONCLUSÕES
A violência sexual contra a mulher é um grave problema de saúde pública, com consequências desastrosas para a vida da paciente e para a sociedade como todo, principalmente em locais de baixo Índice de desenvolvimento econômico, como o estado do Amazonas. Apesar de todos esforços, com atendimentos especializados, canais de denúncia anônima e divulgação nas mídias, observamos que o número de casos se mantêm estável, ano a ano, ilustrando a necessidade de facilitar o conhecimento o acesso das vítimas, que são mulheres jovens, na faixa etária d 10 a 19 anos, residentes no interior do estado, o que dificulta o acesso ao atendimento adequado e corrobora para a subnotificação dos casos e desconhecimento da verdadeira realidade enfrentada por essa população, que ficam expostas ao risco de contaminação por uma Infecção sexualmente transmissível (IST) e de uma gravidez indesejada, em decorrência da violência sofrida, muitas vezes não revelada. Cabe, portanto, ao ginecologista, o pape de conhecer e entender o universo dessas mulheres vitimadas, para prestar um atendimento oportuno e de qualidade e minimizar os danos físicos e psicológicos relacionados.
Área
GINECOLOGIA - Atenção primária
Autores
PATRÍCIA LEITE BRITO, PEDRO AUGUSTO BASTOS FAGUNDES