60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

DESFECHOS PERINATAIS EM GESTANTES COM COVID-19: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE DOENÇA LEVE E GRAVE EM HOSPITAL PÚBLICO TERCIÁRIO DO SUL DO BRASIL

OBJETIVO

Comparar os desfechos perinatais em gestantes com COVID-19 entre doença leve e grave; e avaliar a possibilidade de transmissão vertical do SARS-CoV-2.

MÉTODOS

Estudo prospectivo observacional realizado em hospital terciário entre maio de 2020 a outubro de 2021. A amostra incluiu mulheres que apresentaram infecção pelo SARS-CoV-2 laboratorialmente diagnosticadas durante a gestação por teste sorológico ou através de swab “naso” ou orofaríngeo para teste rápido de antígeno ou RT-PCR, e categorizadas em dois grupos: doença leve e doença grave. Foram utilizados dados clínicos maternos e desfechos perinatais conforme registro nos prontuários e comparados entre os grupos. Foi realizado o teste PCR nas amostras de sangue de cordão umbilical, líquido amniótico, placenta e leite materno, além de swab orofaríngeo do neonato para a detecção do SARS-CoV-2. A placenta também foi submetida ao estudo anatomopatológico. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética (CAAE: 35129820.6.0000.0096). Os testes utilizados para análise estatística foram: Teste de Mann-Whitney para a comparação entre os grupos leve e grave, variáveis quantitativas. Os Testes do Qui-quadrado e Fisher para as variáveis qualitativas, este último para as amostras de menor número, sendo considerado significativo o p< 0.05.

RESULTADOS

Incluídas 120 gestantes com COVID-19 no estudo, das quais 88 tiveram doença leve (73.3%) e 32 doença grave (26.7%). A incidência de prematuridade foi significativamente maior no grupo de doença grave (58.1% vs 19.8%, p=0.0001) e de admissão em unidade de cuidado intensivo neonatal (46.9% vs 4.6%, p=0.001) e menor média de peso ao nascer (2736.45 vs 3155.88 gramas e p= 0.01). Houve poucos casos de índice de Apgar < 7 no 5º minuto entre os grupos, sem significado estatístico. Registrados 3 óbitos fetais (2,5 %), em idade gestacional entre 25 e 29 semanas, dois de gestantes com quadro leve de COVID-19. Quanto às amostras biológicas, o teste foi positivo em 4 fragmentos de placenta (5.2%) significativamente maior nos quadros graves (20.0% x 0.00%, p= 0.004) e em duas amostras de cordão umbilical. Em 2 swabs naso-orofaríngeos de 2 recém-nascidos, detectados RT-PCR positivos, no 2º e 3º dias de vida, repetidos no 5º dia, foram positivos.

CONCLUSÕES

A Prematuridade, o baixo peso ao nascer e a admissão em unidade de cuidado intensivo neonatal foram mais frequentes em gestantes com COVID-19 grave. A detecção do SARS-CoV-2 em amostras biológicas, confirmaram a transmissão vertical para 2 recém-nascidos.

Área

OBSTETRÍCIA - Doenças infecciosas na gestação

Autores

ISABELLA NAOMI FURUIE, JULLIE ANNE CHISTE, JESSICA DA SILVA LONGO, CYLLIAN ARIAS FUGAÇA, NARCIZO LEOPOLDO EDUARDO DA CUNHA SOBIERAY, NEWTON SÉRGIO DE CARVALHO, MERI BORDIGNON NOGUEIRA, PEDRO HENRIQUE ANTUNES MOREIRA