Dados do Trabalho

TÍTULO

ASPECTOS DA SÍFILIS GESTACIONAL EM ADOLESCENTES DA REGIÃO NORTE – ANÁLISE DE UMA DÉCADA

OBJETIVO

Avaliar o número de casos de Sífilis em adolescentes grávidas nos estados da região Norte do Brasil, no período de 2011 a 2021.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo e observacional, de caráter quantitativo, de uma série histórica de 10 anos (2011-2021), baseado em dados secundários do Portal de informações do DATASUS\SISNAN, dos estados da Região Norte. Os resultados foram transferidos para uma planilha do Programa Excell e desenvolvidos gráficos e tabelas, para melhor visualização. As variáveis estudadas foram: faixa etária no diagnóstico, classificação clínica da doença, escolaridade, número de casos total por estado e número de casos por ano e raça\cor. Conforme a resolução 510\2016 e nos termos da Lei 12.527\2011, o trabalho não foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), por ser realizado com dados secundários.

RESULTADOS

Durante o período de estudo o número total de casos de sífilis gestacional foi de 36.732, sendo 11.258 (30,6%) em adolescentes, com a seguinte distribuição entre os estados: Pará 4.905 (43,6%), Amazonas 3.360 (29,9%), Acre 1.203 (10,7%), Rondônia 760 (6,7%), Amapá 585 (5,2%) e Roraima 445 (3,9%). De acordo com a faixa etária, 630 (5,5%) tinham entre 10 a 14 anos e 10.628 (94,4%) entre 15 a 19 anos. Observamos, em todos os estados um crescimento progressivo e contínuo no número de casos ao longo do período estudado, sendo a maior variabilidade entre os estados do Pará e Amazonas e menor variabilidade entre Acre e Amapá. O maior número de casos notificados ocorreu entre os anos de 2019 e 2020, em todos os estados, o que pode indicar uma melhora no rastreamento, com diminuição no ano de 2021. Com relação a cor\raça, 9.052 (80,4%) eram pardas, 1009 (9,0%) brancas, 575 (5,1%) pretas, 72 (0,64%) amarela e 209 (1,8%) indígenas. Os estados com maior percentual de indígenas foram Amazonas (64,1%) e Acre 28(13,4%).

CONCLUSÕES

A Sífilis no período gestacional é um grave problema de saúde pública, principalmente na adolescência, com riscos e complicações á saúde de mãe e feto. O estudo, observou alta prevalência nos estados da região Norte, com destaque para Pará e Amazonas, e mais frequente na faixa etária entre 15 a 19 anos. A dificuldade de acesso á consulta, exames e o tratamento tardio, no período da Pandemia do Covid-19 (2020 \ 2021), pode ter contribuído para o aumento dos casos e se faz necessário melhorar as estratégias de rastreamento e diagnóstico precoce durante o pré-natal.