Dados do Trabalho

TÍTULO

Taxa de cesarianas, mortalidade e local de nascimento da população indígena de 2011 a 2020.

OBJETIVO

Avaliar as taxas de cesarianas, de partos hospitalares,e as razões de morte perinatal e mortalidade materna em populações indígenas brasileiras.

MÉTODOS

Estudo ecológico tipo série histórica, baseado em dados secundários disponível no DATASUS correspondente aos anos de 2011 a 2020; Foram analisados o número de nascidos vivos segundo tipo de parto (vaginal ou cesariana) e segundo local de nascimento (hospitalar ou não hospitalar) pelo Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC) e o número de nascidos mortos, mortes infantis nos primeiros 27 dias de vida e mortes maternas pelo Sistema de Informações de Mortalidade (SIM). A partir dos dados obtidos, foram calculadas as taxas, razões de mortalidade e linhas de tendência no programa Excel. Não houve cálculo de tamanho amostral, todos os casos disponíveis foram avaliados.

RESULTADOS

Nos dez anos analisados, 234516 nascidos vivos foram registrados como indígenas. A cobertura de partos hospitalares de indígenas no Brasil entre 2011-2020 foi alta (71,13%) houve um aumento progressivo desde 2011 (70,04%) até 2019 (72,77%, com diminuição no ano de 2020 (70,65%). Por outro lado, a percentagem de cesarianas aumentou de forma significativa de 16,15% em 2011 para 23,10% em 2020 (R2 0,94). No período estudado, ocorreram 3486 mortes perinatais com um coeficiente de morte perinatal total de 14,86 por 1000 nascidos vivos, variando de 10,99 em 2011 a 17,19 em 2018. O número de mortes maternas foi 264 na década estudada, correspondendo a uma Razão de mortalidade materna de 11,62/ 10.000 nascidos vivos e variou entre 9,05 em 2016 e 15,81 em 2015.

CONCLUSÕES

Não foi observada uma tendência temporal evidente nessas taxas. Foi observado um aumento de partos hospitalares na população indígena, podendo assim representar um melhor acesso e maior segurança, mas também mais intervenções e os seus riscos associados.