60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

A cefaleia menstrual, seus principais sintomas e sua relação com o uso de anticoncepcionais orais

OBJETIVO

O objetivo deste resumo é avaliar a associação do uso do anticoncepcional oral com as cefaleias, verificar a prevalência dos principais sintomas e sua associação com a migrânea menstrual com aura ou sem aura, quantificando a sua prevalência em um grupo de alunas graduandas do curso de Medicina em uma faculdade do estado do Rio de Janeiro.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo transversal de natureza quantitativa. Os dados foram coletados por meio de um questionário adaptado contendo questões a respeito da cefaleia, sua associação com anticoncepcionais orais e principais sintomas, as quais foram respondidas pelo público-alvo formado por 278 participantes, sendo tabulados e analisados pelo programa EpiInfo 7.0. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa tendo como número do CAAE: 39380920.1.0000.5648.

RESULTADOS

Os resultados obtidos demonstraram que das 278 entrevistadas 132 participantes fazem uso de anticoncepcional oral e avaliando a associação do seu uso com a ocorrência de cefaleia foi encontrado uma razão de prevalência de 1,17 (IC95%: 0,97-1,41; p:9%). Das pacientes que fazem uso de anticoncepcional oral 80 relataram não ter cefaleia antes do uso e dessas 23 relataram ter adquirido cefaleia após início do uso. Das 52 que relataram já ter cefaleia, 15 relataram ter uma piora da cefaleia após o início do anticoncepcional oral. Entre as 278 entrevistadas 169 relatam ter cefaleia durante o período menstrual, sendo 35 delas com aura e 134 sem aura durante as crises. A respeito da prevalência dos principais sintomas apresentados durante a migrânea menstrual foram encontrados como resultados em pacientes com aura e sem aura uma prevalência respectivamente de 91,4% e 55,2% de fotofobia, 60% e 27,6% de fonofobia, 42,9% e 46,3% de enjoo e 20% e 7,5% de êmese. A presença da aura se apresentou como fator de risco para a ocorrência da fotofobia (razão de prevalência: 1,65; ic95%: 1,37-1,99; p:0,008%), fonofobia (razão de prevalência: 2,17; ic95%: 1,48-3,19; p: 0,03%) e êmese (razão de prevalência: 2,68; IC95%: 1,10-6,54; p:2,8%).

CONCLUSÕES

Com os resultados obtidos podemos visualizar que embora não havendo significância estatística o uso do anticoncepcional oral aumentou a ocorrência das cefaleias e analisando os sintomas associados, a fotofobia foi o sintoma mais prevalente, sendo a presença de aura um fator de risco para ocorrência da fotofobia (65% de maior chance), fonofobia (117% de maior chance) e êmese (168% de maior chance), quando comparado as pacientes sem aura.

Área

GINECOLOGIA - Multidisciplinar

Autores

Larissa Rocha Barbosa Moraes, Danillo Antunes Merat, Júlia Moraes Paes, Lavinnya Melo Machado, Manuela Souza Silva Corrêa, Camila Tripodi Pereira Nogueira, Priscila de Deus Lemos, Thaíza Rocha Barbosa