60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

FATORES ASSOCIADOS À COMPLICAÇÕES APÓS CIRURGIA FETAL A CÉU ABERTO PARA CORREÇÃO DA MENINGOMIELOCELE

OBJETIVO

Determinar os fatores associados a complicações maternas ou fetais após a correção de meningomielocele (MMO) em cirurgias fetais a céu aberto.

MÉTODOS

Um estudo observacional do tipo coorte histórica foi realizado no período de dezembro/2014 a junho/2022. Foram incluídas gestantes entre 19 e 26 semanas, com gestação tópica, única e feto vivo submetidas a cirurgia à céu aberto para correção da MMO. Foram excluídas as pacientes que não concordaram com o procedimento, as que tinham dados insuficientes no prontuário médico e as que ainda não tiveram o parto. A cirurgia foi realizada utilizando uma técnica modificada com histerotomia reduzida variando de 3,5 a 6,0 cm. Para análise estatística foi utilizado os testes de chi-quadrado e exato de Fisher, quando pertinentes, além de regressão logística multivariada com nível de significância de 5%. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da Instituição sob CAAE 12669019.6.3001.5201.

RESULTADOS

Das 43 pacientes, a média da idade materna foi de 28 ± 6,3 anos e da idade gestacional no momento da correção de 24,0 ± 0,5 semanas. Além disso, prevaleceram as gestantes pardas (n=26; 60,5%), escolaridade > 12 anos (n=23; 57,5%), com companheiro (n=37; 90,3%) e que não apresentavam comorbidades prévias (n=34; 81,0%). O tempo médio de cirurgia foi de 238,9 ± 55,9 minutos, tamanho da histerotomia 42 ± 4,8 mm e ausência de intercorrências intraoperatórias em 83,7% (n=36) dos casos. Em relação as complicações maternas graves pós-operatórias evidenciaram que 35% (n=14) possuíram rotura prematura das membranas (RPMO), 8,1% (n=3) descolamento prematuro da placenta (DPP), 10,8% (n=4) corioamnionite, 35,1% (n=13) trabalho de parto prematuro (TPP) e 10,8% (n=4) rotura uterina. Após a análise bivariada não foram identificadas nenhum fator associado. as complicações maternas graves.

CONCLUSÕES

Apesar de não ter sido evidenciado fatores associados as complicações maternas graves no pós-operatório, o presente estudo reforça a necessidade de continuar debatendo sobre esse tema e da realização de estudos com maior tamanho amostral, objetivando determinar os fatores relacionados a um pior prognóstico materno e fetal.

Área

OBSTETRÍCIA - Medicina fetal

Autores

Gustavo Fonseca Albuquerque Souza, Marcela Lira, Maria Eduarda Chagas, Silvia de Lourdes Dutra Loreto, Orlando Gomes dos Santos Neto, Igor Vilela Faquini, Auricélio Batista Cezar Júnior, Alex Sandro Rolland Souza