Dados do Trabalho

TÍTULO

NUANCES DO ACOMPANHAMENTO PRÉ NATAL EM PACIENTE ONCOLÓGICA: QUIMIOTERAPIA E BEM ESTAR FETAL.

CONTEXTO

CONTEXTO: A leucemia mielóide aguda é uma patologia rara durante o período gestacional, com dados limitados sobre o manejo e desfechos de mães e fetos. O diagnóstico pode ser adiado pelos sintomas inespecíficos que também podem ser atribuídos à gravidez.
Apresentamos um caso de leucemia mieloide aguda com sarcoma granulocítico e compressão medular em paciente gestante. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 60171322.2.0000.8307).

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente de 24 anos, idade gestacional de 19 semanas, deu entrada em pronto atendimento com quadro de parestesia de membros inferiores, evoluindo com plegia e incontinência esfincteriana. Solicitada ressonância nuclear magnética (RNM), que evidenciou massa de 14 cm entre T3-T9 com acentuada compressão de medula torácica, e hemograma com citopenia e presença de mieloblastos. Mielograma confirmou leucemia mieloide aguda com sarcoma granulocítico e compressão medular. Foi acompanhada por equipe de oncologica e hematologia, com início de quimioterapia em janeiro de 2022 (idade gestacional de 19 semanas), RNM e mielograma periódicos para avaliar remissão de doença. Gestação acompanhada pela obstétricia até 33 semanas e 1 dia, quando ultrassom obstétrico evidenciou feto com crescimento intra-uterino restrito associado a centralização de fluxo e cardiotocografia de padrão não tranquilizador. Indicado parto cesáreo de urgência, com nascimento de recém nascido com 1365 gramas de peso e APGAR 7/9. Paciente recebeu cabergolina e recém nascido foi enviado ao centro de terapia intensiva pediátrico.

COMENTÁRIOS

COMENTÁRIOS: A falta de experiência e conhecimento podem levar ao diagnóstico tardio, manejo impreciso, tratamentosubótimo e danos fetais e maternos. É importante que o câncer durante a gravidez seja prontamente identificado e tratado. Durante a condução do pré-natal, diretrizes de cuidado são levados em conta, bem como a segurança fetal nas decisões clínicas. Após o período de embriogênese, a quimioterapia neoadjuvante é eficaz para permitir a evolução até a viabilidade fetal, sem complicações graves relatadas. O tratamento também é eficaz na redução e estabilização da neoplasia. A literatura disponível aponta a quimioterapia durante o segundo e terceiro trimestres gestacionais como uma opção segura enquanto se posterga o tratamento definitivo com o intuito de alcançar a maturidade fetal.