60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

AMENORRÉIA PRIMÁRIA HIPERANDROGÊNICA: INVESTIGAÇÃO EM AMBULATÓRIO NO HOSPITAL INÁCIA PINTO DOS SANTOS, EM FEIRA DE SANTANA - BAHIA

CONTEXTO

EM ANÁLISE

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

INTRODUÇÃO: A AMENORRÉIA PRIMÁRIA (AP) SE CARACTERIZA PELA AUSÊNCIA DA PRIMEIRA MENSTRUAÇÃO APÓS OS 16 ANOS, OU PELA AUSÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DOS CARACTERES SEXUAIS SECUNDÁRIOS ATÉ OS 14 ANOS.
OBJETIVO: APRESENTAR UM CASO SOBRE COMO INVESTIGAR UMA AP DE PROVÁVEL ETIOLOGIA HIPERANDROGÊNICA.
MÉTODOS: AS INFORMAÇÕES FORAM OBTIDAS POR REVISÃO LITERÁRIA, ANAMNESE, EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM.
RESULTADOS: PACIENTE T.F.T, 23 ANOS, GÊNERO FEMININO, SEM COMORBIDADES PRÉVIAS, PROCUROU O SERVIÇO DE GINECOLOGIA E ENDOCRINOLOGIA DO HOSPITAL INÁCIA PINTO DOS SANTOS EM FEIRA DE SANTANA-BAHIA EM NOVEMBRO DE 2021, REFERINDO NUNCA TER MENSTRUADO. TELARCA AOS 7 ANOS, NEGA COITARCA. NEGA USO DE MEDICAÇÕES. AO EXAME FÍSICO, ACNE EM FACE, PÊLOS EM FACE, TÓRAX E REGIÃO GENITAL (ESCALA DE FERRIMAN-GALLWEY: HIRSUTISMO LEVE). MAMAS DESENVOLVIDAS. DESCARGA MAMILAR HIALINA, EM PEQUENA QUANTIDADE. Á INSPEÇÃO DA VULVA, IDENTIFICADO CLITOROMEGALIA, HÍMEN INTEGRO. INICIADA ENTÃO INVESTIGAÇÃO DE AP COM SOLICITAÇÃO DE EXAMES.
APÓS AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS, FOI EVIDENCIADO TSH E T4 LIVRE NORMAIS. APRESENTAVA TAMBÉM FSH NORMAL (7,74 mUI/ML), COM ELEVAÇÃO DO LH (19,37 mUI/ML), TESTOSTERONA LIVRE (82,8 NG/ML), ANDROSTENEDIONA (>10 NG/ML) E DA 17-OH-PROGESTERONA (1425 NG/DL - VR FASE FOLICULAR ATÉ 121), PROLACTINA (207,9 NG/ML), LEVANTANDO A HIPÓTESE DE UMA HIPERPLASIA SUPRARRENAL CONGÊNITA NÃO-CLÁSSICA (HSRCNC), COM UMA HIPERPROLACTINEMIA À ESCLARECER.
EM USG PÉLVICA VIA ABDOMINAL, OS OVÁRIOS NÃO FORAM VISUALIZADOS, SOLICITADO UMA RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA (RNM) PÉLVICA QUE CONFIRMOU ÚTERO DE DIMENSÕES REDUZIDAS (VOLUME 16,2 CM³), E VISUALIZADOS OVÁRIOS SEM ALTERAÇÕES. REALIZOU-SE TAMBÉM CARIÓTIPO (46, XX), E RNM DA HIPÓFISE, QUE SUGERIU A POSSIBILIDADE DE SELA TÚRCICA VAZIA.
EM 08/03/22 INICIOU PREDNISONA 7,5 MG/DIA E CABERGOLINA 0,5 MG QUINZENAL.
PACIENTE RETORNA AO AMBULATÓRIO, E REFERE 1º CICLO MENSTRUAL EM 29/04/22, COM DURAÇÃO DE 3 DIAS. REFERE CICLO REGULAR DESDE ENTÃO, MANTENDO USO DAS DUAS MEDICAÇÕES.
APÓS 4 MESES EM USO DA CABERGOLINA, FOI VISTO REDUÇÃO DOS NÍVEIS DE PROLACTINA (9,8 NG/ML) E DE LH (3,17 mUI).

COMENTÁRIOS

O PROCESSO INVESTIGATIVO PARA ESCLARECER O DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO DA AP POR VEZES É VASTO, E EM ALGUMAS SITUAÇÕES É NECESSÁRIA UMA INTERVENÇÃO MULTIDISCIPLINAR. COM ESTE CASO NÃO FOI DIFERENTE; DIANTE DO RESULTADO DOS EXAMES QUE EVIDENCIA UMA HSRCNC E UMA SELA TÚRCICA VAZIA, TAIS PATOLOGIAS APESAR DE RARAS NÃO DEVEM SER ESQUECIDOS DURANTE UMA INVESTIGAÇÃO DE AP.

Área

GINECOLOGIA - Endocrinologia Ginecológica

Autores

Maria Clara Almeida, Syssi Amancio Marques