60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

PRÉ-ECLAMPSIA EM GESTANTES COM COVID-19: INCIDÊNCIA, PREMATURIDADE, RESULTADOS MATERNOS E PERINATAIS EM DOIS HOSPITAIS TERCIÁRIOS DO SUL DO BRASIL

OBJETIVO

Conhecer a incidência da pré-eclâmpsia (PE) em gestantes com COVID-19, prematuridade, desfechos maternos e perinatais das gestantes diagnosticadas com PE e sem PE.

MÉTODOS

Estudo coorte, de 100 gestantes diagnosticadas com COVID-19, período 01 de julho de 2020 a 31 de julho de 2021, dois hospitais terciários de Curitiba. Aprovação CEP, CAAE 35129820.6.0000.0096. Diferenças entre variáveis contínuas o teste t de Student, para categóricas o teste exato de Fisher e teste qui-quadrado de Pearson. Estimado risco relativo, IC 95% e significância de 5%.

RESULTADOS

Incidência de PE de 11,0%. Taxas de prematuridade significativas do grupo com PE (p= 0,01). Risco de prematuridade 2 vezes maior (RR= 1,96, IC 95% 1,35-2,85, p< 0,001) na presença de PE. Maior frequência de restrição de crescimento fetal (p= 0,02) e de comorbidades (p= 0,02) no grupo com PE. Risco de RCF 6 vezes maior no grupo com PE (RR= 6,06, IC 95% 0,55-23,63, p< 0,001). Risco de PE 2 vezes maior se teve comorbidades (RR= 1,72, IC 95% 1,31-2,25, p< 0,001). Alterações placentárias 30% maiores na presença de PE (RR= 1,33, IC 95%= 1,16-1,53, p< 0,01). Risco de Síndrome Respiratório Agudo Grave (RR= 2,11, IC 95%= 1,10-4,01, p= 0,02) e admissão Unidade de Terapia Intensiva (RR= 2,20, IC 95% = 1,15-4,22, p= 0,01) duas vezes maior no grupo PE. Risco de PE 2 vezes maior com marcadores inflamatórios positivos (RR= 2,39, IC 95%= 1,48-3,87, p< 0,001). Óbitos maternos (3) sem diferença entre os grupos. Média IG e peso ao nascer menores (p< 0,001), maior frequência de prematuridade, grupo com PE (p= 0,01). Um recém-nascido RT-PCR positivo, exame da placenta positivo: transmissão vertical. Admissão em UTI Neonatal, 7 do grupo com PE (64%) e 24 grupo sem PE (27%) p= 0,03. Baixo peso ao nascer 2,5 vezes maior (RR= 2,57, IC 95%= 1,44-4,57, p< 0,001) e admissão UTI Neonatal 2 vezes maior na presença de PE (RR= 2,35, IC 95%= 1,34-4,14, p< 0,001). Óbito perinatal 8 vezes maior na presença de PE (RR= 8,09, IC 95%= 1,26-51,82, p= 0,02). Sobrevida fetal maior no grupo sem PE (p< 0,001).

CONCLUSÕES

A incidência de PE foi de 11% entre gestantes diagnosticadas com COVID-19, aumento de 3,7 vezes em relação a pré-pandemia. Quadros graves de COVID-19 com incidência de PE 3 vezes maior. Risco maior de PE quando houve comorbidades. Aumentos significativos da prematuridade, restrição de crescimento fetal, admissão em UTI neonatal e baixo peso ao nascer no grupo com PE. Óbito perinatal mais frequente na presença de PE e óbito materno sem diferença entre os grupos.

Área

OBSTETRÍCIA - Doenças infecciosas na gestação

Autores

NARCIZO LEOPOLDO EDUARDO DA CUNHA SOBIERAY, MARILUCI ZANELA, SÉRGIO LUNARDON PADILHA, NEWTON SÉRGIO DE CARVALHO, CYNTHIA FONTOURA KLAS, PEDRO HENRIQUE ANTUNES MOREIRA