Dados do Trabalho

TÍTULO

LESÕES INTRAEPITELIAIS DE BAIXO GRAU: DESFECHOS E FATORES DE RISCO PARA PROGRESSÃO DA LESÃO

OBJETIVO

Analisar o desfecho após 12 meses de seguimento de pacientes com diagnóstico citológico inicial de lesão intraepitelial de baixo grau (LSIL): as taxas de progressão para lesões intraepiteliais de alto grau (HSIL), persistência das lesões ou regressão espontânea e quais as características da amostra nos permitem inferir fatores de risco e fatores protetores para progressão e persistência de lesão.

MÉTODOS

Análise retrospectiva de 340 pacientes acompanhadas entre os anos de 2006 e 2020 pelo serviço de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia do CHC-UFPR, destas, 230 foram excluídas por terem idade inferior a 18 anos, por já terem realizado algum tipo de procedimento excisional no colo do útero ou por falta da totalidade dos dados para caracterização da amostra. Das 110 amostras restantes, 8 perderam seguimento e 31 apresentaram anatomopatológicos compatíveis com HSIL já no início do acompanhamento e foram excluídas da amostra final. As 71 pacientes que compuseram a amostra final foram caracterizadas em três grupos distintos conforme os achados colposcópicos: achados maiores (sugestivos de HSIL), achados menores (sugestivos de LSIL) e ausência de achados sugestivos para lesões intraepiteliais. Esses grupos foram então divididos entre manejo conservador e tratamento excisional. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da instituição (CAAE 24545319.7.0000.0096).

RESULTADOS

A progressão da lesão foi observada em 11,3% das pacientes, a persistência em 15,5% e 60,5% dos casos analisados apresentaram regressão espontânea da lesão. Como fatores de risco para progressão da lesão, destacam-se o tabagismo (presente em 50% das pacientes que apresentaram progressão da lesão), sexarca precoce (em média 1,8 ano mais cedo no grupo de progressão) e idade mais avançada (as pacientes com regressão espontânea eram em média 5,7 anos mais jovens).

CONCLUSÕES

As lesões intraepiteliais de baixo grau são, em sua grande maioria, lesões de caráter transitório e com alto potencial de regressão espontânea, podendo, com adequado seguimento, evitar a realização de procedimentos desnecessários que oneram o sistema e aumentam a morbidade das pacientes. Fatores de risco, como a presença do tabagismo e a baixa idade da sexarca, podem contribuir para a progressão das lesões para alto grau, reforçando a importância de medidas públicas para reduzir o tabagismo e educação sexual.