60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Barreiras de acesso ao pré-natal relatadas por puérperas

OBJETIVO

Quantificar e descrever as barreiras e dificuldades de agendar, se deslocar e realizar as consultas de pré-natal relatadas por puérperas atendidas em um hospital universitário.

MÉTODOS

Estudo observacional, descritivo, de dados do projeto “Avaliação das características e da qualidade da assistência pré-natal recebida por puérperas atendidas em hospital universitário durante a pandemia de COVID-19” (número CAAE 52681221.7.0000.0121), coletados através de análise do cartão de pré-natal e entrevista com a puérpera. Dados referentes a nascimentos ocorridos entre março e maio de 2022 com consultas de pré-natal ocorridas entre maio de 2021 e maio de 2022. Incluídas puérperas cujos bebês nasceram entre 22 e 41 semanas no hospital estudado. O tamanho amostral foi calculado baseado na porcentagem de pré-natal inadequado encontrada na mesma instituição, totalizando 221 mulheres. Os dados foram analisados com estatística descritiva e as justificativas das mulheres foram categorizadas em grupos por análise de conteúdo.

RESULTADOS

Participaram do estudo 233 mulheres. A média de idade foi 28 anos (DP 6,15). A maioria da população tinha ensino médio completo ou mais (85,8%), se autorreferia como branca (54,9%) e era primigesta (62,7%). Encontraram alguma barreira para realizar o pré-natal 49 entrevistadas (21%), sendo citadas a demora no agendamento de consultas e exames, e falta de funcionários nos serviços de saúde frequentemente afastados pela pandemia de COVID-19. No que diz respeito ao agendamento de consultas, 75 mulheres (32,2%) apresentaram dificuldades: ausência de vagas, falta de profissionais, sem resposta na tentativa de marcação por aplicativo de conversa ou ligação, cancelamento de consultas, exigência de marcação presencial, alta demanda de atendimento por síndrome respiratória nas Unidades Básicas de Saúde, lentidão no encaminhamento ao pré-natal de alto risco. Relataram dificuldade de deslocamento 15 mulheres (6,4%), sendo as principais relacionadas à distância e aos custos (do combustível ou do aplicativo de transporte).

CONCLUSÕES

Entre as entrevistadas, 21% encontraram alguma barreira durante o pré-natal, em sua maioria relacionadas a agendamento de consultas e exames, transporte e falta de profissionais nas UBS. Sugere-se adoção de medidas para garantir o acesso ao pré-natal e facilitar o contato entre equipe assistencial e gestante, para garantir uma assistência pré-natal adequada.

Área

OBSTETRÍCIA - Atenção Primária

Autores

Mariana Schmidt Vieira, Nicole Zazula Beatrici, Iago Felipe Alexandrini , Jéssica Goedert Pereira, Louise Beni Staudt de Siqueira Costa, Gabriela Effting Crema, Roxana Knobel