Dados do Trabalho

TÍTULO

Sociodemografia e aspectos clínicos de pacientes com Transtorno da Dor Gênito-Pélvica/Penetração acolhidas em serviço de referência

OBJETIVO

Descrever o perfil social, queixas sexuais, urinárias e intestinais, além de aspectos da história gineco-obstétrica de pacientes com transtorno da dor gênito-pélvica/penetração, encaminhadas a um serviço público terciário de referência do Nordeste brasileiro.

MÉTODOS

Análise descritiva, quantitativa e retrospectiva, baseada no resgate de dados clínico-epidemiológicos dispostos nas fichas de atendimento ambulatorial. Foram analisadas informações de pacientes com Transtorno da Dor Genito-Pélvica/Penetração que foram encaminhadas ao serviço entre agosto de 2020 e maio de 2022. As variáveis incluíram dados sociodemográficos e clínicos. Excluiu-se da amostra menores de 18 anos ou pacientes com dados incompletos. As informações foram analisadas no software Stata. A pesquisa está amparada em projeto aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa local com parecer 2.423.566.

RESULTADOS

A amostra foi composta por 23 pacientes. Em relação à sociodemografia, todas eram do gênero feminino, com média de idade de 33,3 anos, mínimo 18 e máximo de 64 anos. A maioria era católica (52,1%) e tinha pelo menos o ensino médio (69,56%). Apenas 4 (17,39%) não tinham parceria afetivo-sexual fixa. Para mais, 13 (56,52%) mantinham prática regular de atividade física. Quanto à identidade sexual, 22 (95,65%) pacientes eram cis e uma (4,34%) era trans. Porcentagem semelhante se declarou heterossexual (95,65%) e uma paciente mencionou ser bissexual. Em relação aos sintomas urinários, 6 mulheres (26,08%) relataram urge-incontinência, a mesma proporção que relatou sensação de esvaziamento incompleto. Além disso, 6 (26,08%) relataram esforço evacuatório. A maioria (54,54%) era nulípara e 13 (56,52%) não tinha comorbidades. Três pacientes eram menopausadas. Destas, apenas 1 fez terapia de reposição hormonal. Quanto às queixas sexuais, 54,54% comentou dificuldade na excitação/lubrificação, 7 relataram diminuição do desejo, 3 tinham disfunção orgásmica, 15 (65,21%) relataram dispareunia superficial, 14 (60,86%) dispareunia profunda e 5 (21,73%) mencionaram sintomas álgicos pós-relação sexual. Após exame físico e avaliação fisioterapêutica, constatou-se que 5 pacientes tinham vaginismo. Quatro pacientes (17,39%) eram sobreviventes de violência sexual.

CONCLUSÕES

Além das queixas sexuais, mulheres com transtorno da dor gênito-pélvica frequentemente apresentam sintomas de outra dimensão. Em razão de suas causas orgânicas e psicossociais, a terapêutica proposta deve envolver a atuação de uma equipe multiprofissional.

Área

GINECOLOGIA - Sexualidade