60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Carcinoma mamário invasivo na gestação com diagnóstico no puerpério: Relato de Caso

CONTEXTO

Globalmente, o câncer de mama é a principal causa de morte feminina em decorrência de câncer, com diagnóstico frequente e de suma importância. Quando essa doença ocorre durante a gestação, na lactação ou no primeiro ano após o parto, o câncer de mama constitui uma situação clínica desafiadora, visto que além da gestante o bem estar fetal também deve ser levado em consideração.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente, 35 anos, história de parto cesariana sem intercorrências há 33 dias, procura serviço especializado de mastologia com relato de aumento de volume da mama direita iniciado no primeiro trimestre da gestação. História prévia de uma gestação e parto cesárea, com amamentação durante 12 meses. Sem história familiar de qualquer tipo de câncer. Antes da primeira consulta de mastologia recebeu diagnóstico de mastite crônica a esclarecer após realização de USG no terceiro trimestre que evidenciou, além de aumento da espessura da pele e do tecido subcutâneo em todo corpo mamário direito, presença de coleções com septações e debris esparsas em ambas as mamas, com paredes lisas, a maior medindo 4,5 cm. Na primeira consulta de mastologia a paciente negou sinais flogísticos, febre, secreção papilar ou piora do quadro após o parto. Ao exame físico apresentou mamas assimétricas, aumento de volume da mama direita, distensão da pele, brilho mamário, vasculatura evidente e lesão vegetante ulcerada no QSM medindo 10 cm, axilas e mama esquerda sem alterações. A Core biópsia da lesão constatou carcinoma mamário invasivo do tipo não especial, extensa necrose tumoral e ausência de invasão angiolinfática. Exame imuno-histoquímico negativo para receptores de estrógeno, de progesterona e escore 0 para HER2, positivo para o clone MIB1 do Ki-67. Paciente encaminhada ao oncologista clínico para realização de quimioterapia neoadjuvante.

COMENTÁRIOS

Nota-se que o tempo decorrido entre a paciente perceber o sintoma inicial da doença no primeiro trimestre da gestação e entre ela receber o diagnóstico de neoplasia mamária no início do puerpério foi um tempo muito extenso: 12 meses até o acesso à terapêutica adequada. A alta taxa de mortalidade da doença nos países em desenvolvimento está intimamente relacionada com o atraso no diagnóstico e no tratamento do câncer de mama. Assim, é importante que os profissionais de saúde relacionados com a saúde da gestante consigam oferecer uma atenção básica adequada, bem como devido encaminhamento à atenção terciária de forma otimizada a fim de evitar desfechos negativos.

Área

GINECOLOGIA - Mastologia

Autores

Izabella Cardoso Lara, Emanuella Vieira de Siqueira Botelho, Barbara Pereira Silvestre, Luana Pelicioni Rangel Braga, Djalma Gomes Neto, Cleverson Gomes do Carmo Júnior, Janine Martins Machado, Elias Barcelos De Souza