Dados do Trabalho
TÍTULO
DESFECHOS INTRAOPERATÓRIOS E NEONATAIS APÓS CORREÇÃO INTRAUTERINA ABERTA DA MENINGOMIELOCELE 2014-2022
OBJETIVO
Descrever os desfechos intraoperatórios e neonatais após a correção de meningomielocele (MMC) em cirurgias fetais aberta, em um hospital do nordeste brasileiro no período de 2014 a 2022.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo observacional do tipo coorte retrospectivo em um hospital do nordesde brasileiro, no período de 2014 a junho de 2022. Participaram da coleta gestantes entre 19 e 26 semanas, com gestação tópica, única e feto vivo, submetidas a correção intrauterina aberta da MMC. A técnica utilizada foi modificada da cirurgia clássica com histerotomia variando 3,5 a 6,0 cm. Os dados foram apresentados em médias e desvio padrão para as variáveis numéricas e frequências para as variáveis categóricas. O presente estudo foi submetido à apreciação e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (CEP) do hospital sob CAAE 12669019.6.3001.5201.
RESULTADOS
Dentre os 43 fetos analisados, um paciente apresentou rotura da meningomielocele (2,3%) e dois evoluíram com bradicardia fetal (4,7%) como complicação intraoperatória. Antes do reparo, foram observadas a presença dos movimentos fetais dos membros inferiores, em 82,5% dos casos, a maioria apresentava pé torto congênito (62,8%) e 14% dos fetos apresentavam ventriculomegalia grave. Após a correção, a ventriculomegalia grave aumentou para 45,2%. Após o nascimento, 80% dos neonatos apresentavam movimentos normais de membros inferiores, 13,3% movimentos reduzidos e 6,7% não manifestaram movimentação. Em relação ao pé torto congênito, dos 27 neonatos analisados, 63% (17 pacientes) eram portadores dessa malformação. Em relação às características e informações no momento do parto, as médias do escore de Apgar no 1º e 5º minuto, respectivamente, foram de 7,2 (±2,4) e 8,4 (±2,3). A média do peso ao nascer foi de 2.136,6 gramas (±786,5). A via de parto preferencial foi cesariana (97,6%) e o tempo de internamento hospitalar do recém-nascido foi de, em média, 13,3 dias (±9,8). Ademais, apenas 39,3% (de 28 neonatos) apresentaram síndrome do desconforto respiratório e 10,3% (de 29 neonatos) desenvolveram sepse.
CONCLUSÕES
Apesar de identificarmos os benefícios e riscos relacionados ao feto através da exposição de características importantes em um quantitativo relevante de pacientes, ainda é necessário expandir os estudos acerca dos desfechos fetais e neonatais após o reparo da MMC por cirurgia intrauterina aberto.
Área
OBSTETRÍCIA - Medicina fetal
Autores
Maria Eduarda Chagas, Gustavo Fonseca Albuquerque Souza, Marcela Lira, Silvia Lourdes Dutra Loreto Faquini, Igor Vilela Faquini, Auricelio Batista Cezar Junior, Orlando Gomes dos Santos neto, Alex Sandro Rolland Souza