60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS PACIENTES ACOMPANHADAS DE 2005 A 2020

OBJETIVO

Avaliar as características sociodemográficas, clínicas, laboratoriais e de tratamento das mulheres em acompanhamento por Doença Trofoblástica Gestacional (DTG) no período de 2005 até 2020. Comparar tais características em três períodos distintos (2005-2009, 2010-2015, 2016-2020) a fim de identificar mudanças no perfil epidemiológico da doença dentro da janela temporal estudada.

MÉTODOS

Estudo de coorte retrospectivo com 322 mulheres com DTG acompanhadas em um hospital terciário no período de janeiro de 2005 a janeiro de 2020. Foram analisados dados referentes ao perfil sociodemográfico, aspectos clínicos e laboratoriais das mulheres, bem como tratamento, indicadores de gravidade, persistência ou resolução do quadro no intervalo de 15 anos em questão. Número do CAAE: 43974021.0.0000.5404. Número do parecer do Comitê de Ética em Pesquisa: 4.666.443

RESULTADOS

A média etária das mulheres era de 26,57±8,58 anos, sendo 72,27% delas brancas, 43,54% com baixa escolaridade e 41,61% primigestas. O principal sintoma verificado foi sangramento vaginal (74,77%) seguido de dor abdominal (38,01%) e anemia (24,06%). Em relação aos tipos de DTG identificados, 77,56% dos casos correspondiam a entidades benignas (mola hidatiforme completa e mola hidatiforme parcial). A avaliação das características da DTG ao longo dos anos demonstrou redução nos quadros de anemia (2005-2009: 29,70%, 2010-2014: 35,48% e 2015-2020: 11,11%; p<0,001) e de formas malignas (2005-2009: 22,00%, 2010-2014: 20,21% e 2015-2020: 10,24%; p=0,036) no decorrer do período estudado. Na avaliação comparada entre os 3 quinquênios contemplados, observou-se também queda da idade gestacional ao diagnóstico (p=0,004) e menor estadiamento nas formas malignas (p=0,021).

CONCLUSÕES

O diagnóstico de DTG tornou-se mais precoce nos últimos 5 anos, o que pode se dever a um maior conhecimento e divulgação sobre a doença. O diagnóstico precoce determina sintomatologia mais branda e pode reduzir a frequência de evolução para formas malignas da doença, melhorando o desfecho clínico dos casos.

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais

Autores

Karin Anspach Hoch, Daniela Angerame Yela Gomes