60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

IMPACTOS DO USO REGULAR DO ACETATO DE MEDROXIPROGESTERONA NO RETORNO À FERTILIDADE: REVISÃO.

OBJETIVO

Revisar a literatura em busca do tempo de retorno à fertilidade após o uso regular do acetato de medroxiprogesterona (DMPA).

FONTE DE DADOS

Revisão da literatura no PubMed, Scopus e SciELO, sem data limite de publicação, entre artigos em língua inglesa e portuguesa, acessado em julho de 2022. Os descritores foram “aborto induzido”, “acetato de medroxiprogesterona”, “DMPA”, “depo provera”, “depot medroxyprogesterone acetate”, “fertilidade”, “fertility” e “postconception fertility control”.

SELEÇÃO DE ESTUDOS

Foram triados 326 artigos, após aplicados os critérios inclusão e exclusão restaram 09. Os critérios de exclusão foram revisões, guidelines, estudos em animais, cartas e livros. Foram excluídas 85 revisões, 08 guidelines, 15 estudos em animais, 07 em outras línguas, 44 em duplicidade, 14 artigos completos indisponíveis, 09 cartas/comentários, 02 capítulos e 133 que não atenderam os objetivos do estudo.

COLETA DE DADOS

Os descritores aparecem em, pelo menos, um dos seguintes campos de busca: título, resumo, assunto ou palavra-chave. Após aplicar os critérios de inclusão e exclusão, os artigos foram lidos na íntegra, revisado por pares, sendo os que permaneceram estão contidos nesta revisão.

SÍNTESE DE DADOS

Dos 09 selecionados, todos afirmaram a existência da correlação entre DMPA e o retardo na fertilidade após a interrupção do fármaco. O tempo de recuperação da fecundidade variou entre 2,5 a 12 meses, sendo a média citada por 02 artigos de 5,5 meses somada à duração estimada do efeito da última injeção. 03 artigos afirmaram que o tempo médio entre o fim da ação contraceptiva presumida e a gravidez é de 09 a 10 meses. Para 02 autores não há diferença no retorno em nuligestas e parturientes; 01 estudo conclui, embora demorada, a volta da fertilidade ocorre de forma consistente; entretanto, 01 estudo concluiu que 6,4% da amostra não concebeu mesmo após 36 meses, de modo que o retorno à fertilização é imprevisível.

CONCLUSÕES

O DMPA gera uma dificuldade temporária de reprodução, sendo necessário esclarecimento detalhado dos efeitos da supressão do eixo hipotálamo-hipófise-ovário às pacientes antes da adesão ao método, principalmente para aquelas que desejam gestar nos próximos anos. Boa parte dos estudos apresentaram amostra reduzida, comprometendo a qualidade metodológica e a generalização dos resultados. Embora escassos os estudos, os resultados mostram que a fecundidade tarda por alguns meses após interrupção do DMPA.

Área

GINECOLOGIA - Contracepção

Autores

Verônica Carvalho Silva, Jesana Costa Lopes, Isabela Vilaça Prado, Elisama Costa Lopes, Vitória Vaz Guimarães, Dirce Naomi Okatani Tinen