60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Doença de Paget vulvar: tratamento medicamentoso e radioterápico. Relato de Caso

CONTEXTO

A doença de Paget extramamária (DPE) é um grupo raro de neoplasias cutâneas com diferentes localizações e história natural. As lesões são usualmente encontradas em áreas com alta densidade de glândulas apócrinas como vulva, ânus, região perianal, escroto e axila. A localização mais frequente da DPE na mulher é a vulva e em 20% dos casos, a região perianal, na faixa etária entre os 50 e 80 anos. Começa de forma insidiosa com prurido e sensação de queimação e as lesões são eczematóides, eritematosas, descamativas, com presença de estrias brancas e com as bordas pouco definidas. O tratamento de escolha tem sido o cirúrgico e em alguns casos o tratamento com imiquimode e radioterápico são indicados.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente de 85 anos, branca, casada. Menarca aos 13 anos. História obstétrica: dois partos normais e uma cesariana. Laqueada. UM: 53 anos quando foi submetida a histerectomia total abdominal. Nega tabagismo. Antecedente patológico: hipertensão arterial e câncer de mama há 30 anos. Queixa principal:prurido e ardência vulvar há 3 anos, que se acentuou nos últimos três meses. Exame físico geral: sem alterações.Exame ginecológico: presença de lesão eritematosa, plana, descamativa, com bordas mal definidas, nos pequenos e grandes lábios bilateralmente e região vestibular. Ausência de linfonodos palpáveis na região inguinal. Realizada biópsia: doença de Paget primária vulvar confirmado por imunoistoquímica. Devido a idade e extensão das lesões foi indicado tratamento medicamentoso tópico com imiquimode a 5%. Fez uso por 4 meses, com discreta melhora. Na sequência foi proposto cirurgia ou radioterapia (RT),optou-se pela radioterapia com resultado satisfatório. Dose total prescrita de 5040 cGy em 28 frações de 180 cGy na lesão cutânea em vulva e períneo. Realizada biópsia após 4 meses da RT, ausência de lesão. No momento, a paciente faz seguimento periódico e refere ausência de sintomas e ausência de lesão ao exame ginecológico.

COMENTÁRIOS

Devido à falta de especificidade dos sintomas, o diagnóstico definitivo se torna demorado. O tratamento com imiquimode é uma opção com o intuito de se evitar cirurgias extensas e a radioterapia para os casos que não é possível a realização de cirurgia. A experiência com DPV é limitada e o seguimento é requerido para excluir recidivas e o desenvolvimento de um câncer associado. A paciente foi tratada com resultado satisfatório. Estes resultados promissores garantem mais estudos para determinar a real eficácia e segurança das opções terapêuticas.

Área

GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica

Autores

Walquíria Quida Salles Pereira Primo, Guttenberg Rodrigues Pereira Primo, Kelvin Warley Pereira Silva, Lara Khaled Porto, Ana Carolina Ferreira de Sousa Seguti, Ana Paula Farago Alvarenga, Marina Souza Rocha