60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PORTADORAS DO TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ MENSTRUAL

OBJETIVO

Tal estudo tem como objetivo caracterizar socioeconomicamente portadoras do Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM), verificar prevalência dos seus fatores de risco, de diagnósticos errôneos, das causas destes equívocos e listar fatores desencadeantes.

MÉTODOS

Esta pesquisa tem caráter quanti-qualitativo através da
aplicação de questionários no Google Forms com componentes de grupos de apoio para quem convive com o transtorno (Instagram – TDPM.Brasil; Facebook – Transtorno
Disfórico Pré-Menstrual) já diagnosticadas por médico e >18 anos, durante março e agosto de 2020. Os dados obtidos foram tabulados no Excel. A pesquisa foi autorizada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da instituição, sob CAAE: 28205319.7.0000.0012.

RESULTADOS

Questionário preenchido por 93 pessoas, destas 91 mulheres cisgênero e 2 homenstransgênero entre 20 e 49 anos (média de 32,02 anos, desvio padrão de 7,21). 88,2% possuía ensino superior, 10,8% ensino médio e 1,1% ensino fundamental. 68,8% se identificou como branca, 30,1% como preta/parda e 1,1% amarela. 56% estava
solteira e 33% casada/união estável. 69,9% trabalhava e 46,3% afirmou receber >4 salários mínimos. Dentre os fatores de risco tem-se: estresse (75,3%), dieta (44,1%), trauma (41,9%) e hereditariedade (16,1%). Como fatores desencadeantes: maconha, luto, violência sexual, bullying, relacionamento abusivo, violência doméstica e uso de anticoncepcionais/antidepressivos. Todas relataram procurar auxílio primeiramente com ginecologista. 80,7% referiu ser diagnosticada erroneamente, tendo como causas: 31,2% falta de encaminhamento para psiquiatra; 71% falta de conhecimento do médico acerca do TDPM; 66,7% confusão com síndrome pré-menstrual (SPM); 62,4% confusão
com diagnósticos diferenciais; 25,8% confusão com transtornos psiquiátricos comórbidos.

CONCLUSÕES

Pode-se constatar que o perfil da maioria das participantes é branco, de classe média/alta e com nível superior de escolaridade, comprovando que o alcance do diagnóstico do TDPM está diretamente relacionado com poderio social,
econômico e educacional. A maioria das suas portadoras comumente buscam auxílio com ginecologista visto sua similaridade com a SPM, cabendo a este o encaminhamento para psiquiatria. A escassez de literaturas que respaldem o conhecimento acerca do transtorno, dificultam o conhecimento sobre ele, perpetuando o desconhecimento dos profissionais de saúde. Sendo assim, mais pesquisas como esta são necessárias para a melhor compreensão sobre o TDPM.

Área

GINECOLOGIA - Epidemiologia

Autores

Juliane de Medeiros Silva , Patrícia Lacerda Pires, Maria da Conceição Simões , Ana Paula Barth de Souza, Ana Flávia Fernandes Soares