60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

ANÁLISE TEMPORAL DE 5 ANOS DO PROGRAMA DE RASTREAMENTO DE CÂNCER DE COLO DE ÚTERO EM CURITIBA/PR

OBJETIVO

Segundo as diretrizes nacionais, o programa de rastreamento do câncer de colo de útero é recomendado em mulheres de 25 a 64 anos (grupo de risco), mas desestimulado nas demais faixas etárias. Os indicadores do município de Curitiba, no Paraná, são acompanhados por meio dos Planos Municipais de Saúde (PMS), que estabelecem suas metas. Este estudo visa a análise do rastreamento do câncer de colo de útero nas mulheres SUS dependentes nos anos de 2017 a 2021 em Curitiba/PR.

MÉTODOS

Os dados citopatológicos e populacionais foram obtidos das bases de dados secundárias SISCAN (Sistema de Informação do Câncer), IBGE (Instituto Brasileiro de Engenharia e Estatística) e ANS (Agência Nacional de Saúde) e tratados pelo software Microsoft Excel 2019. Por se tratar de dados secundários de domínio público, dispensou-se a avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa. Foram calculadas a razão de exames citopatológicos corrigida (RECC) – relação entre exames citopatológicos e população SUS dependente – e a taxa de captação – número total de exames de primeira vez em relação ao número total de exames –, e os resultados comparados com as metas dos PMS para os respectivos anos.

RESULTADOS

O estudo demonstrou que o programa de rastreamento de câncer de colo de útero em Curitiba/PR apresenta diversas falhas de execução. O grupo de risco obteve RECCs superiores às das demais faixas etárias, mas baixas taxas de captação e progressivas quedas de exames citopatológicos. Já mulheres mais jovens e mais velhas, não indicadas para o exame, foram incluídas no rastreamento, com taxas de captação das jovens ainda maiores que as do grupo alvo. Ademais, os indicadores do município superaram em muito as metas estipuladas para 2017 a 2019, demonstrando um excesso de recursos para esse fim, os quais poderiam ser destinados a um melhor treinamento de profissionais da rede básica. Outra questão alarmante é que, além de o município não atingir as suas metas durante a pandemia, para os anos subsequentes, os novos PMS estipularam metas muito inferiores às anteriores, partindo de 0,48 em 2020 para 0,17 a partir de 2022.

CONCLUSÕES

Com um sistema desorganizado, a busca ativa de pacientes que não receberam atendimento durante a pandemia se torna inviável, o que agrava ainda mais o prejuízo para a saúde dessas mulheres. Assim, é mandatório que o município de Curitiba/PR estabeleça ações para melhor estruturar seu programa de rastreamento de câncer de colo de útero e cumprir com as diretrizes nacionais quanto ao alcance do público-alvo.

Área

GINECOLOGIA - Epidemiologia

Autores

Rita Maira Zanine, Mariana DAvila Ogg Espinola, Julia De Conti Pelanda, Solena Ziemer Kusma, Karin Regina Luhm