60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Baixa sobrevida global no carcinoma escamoso de vulva: uma coorte retrospectiva de 108 mulheres

OBJETIVO

Determinar a sobrevida de mulheres diagnosticadas com carcinoma escamoso de vulva e analisar os fatores que a influenciam.

MÉTODOS

Estudo do tipo coorte retrospectiva que analisou dados de 108 mulheres diagnosticadas com câncer de vulva do tipo escamoso atendidas num hospital de referência entre 2010 e 2019. As variáveis principais foram sobrevida global e livre de doença, recidiva, idade, raça, estádio e tratamento. Progressão foi doença persistente em até 6 meses. As taxas de recidiva não consideraram os casos que progrediram. Os dados de óbitos foram acessados por revisão de prontuários e busca ativa em sistemas de informação. Foram utilizados os testes de X2, Curvas de Kaplan-Meyer com Log-rank, e Regressão de COX, com significância de 5%. CAAE: 45223421.0.0000.5404.

RESULTADOS

Mulheres abaixo de 70 anos foram mais frequentemente diagnosticadas no estádio I (55,7% vs 44,7%, p=0.019). Para os estádios IA, IB e II+III+IVA, as taxas de progressão foram de 0%, 16,7%, e 65,2%; e as taxas de recidiva de 30,8%, 25,8%, e 56,3% (p=0.099). As sobrevidas livres de doença em 5 anos (SL5) nos estádios IA, IB e II+III+IVA foram respectivamente 83,9%, 70,5%, 39,3%; significativamente diferente para os estádios II+III+IVA vs IA (p=0.017) e vs IB (p=0.024). As sobrevidas globais em 5 anos (SG5) foram respectivamente 83,1%, 65,1% e 24,3%; significativamente diferente para os estádios II+III+IVA vs IA (p<0.001) e vs IB (p<0.001). A sobrevida global média (SGm) das mulheres no estádio IVB foi de 11,9 meses (10,2;13,6). As SGm de acordo com o tratamento primário cirurgia vs radioterapia no estádio IB foi de 96,1 vs 42,8 meses (p=0.008); e nos estádios II+III+IVA de 42,1 vs 18,8 meses (p=0.013). A análise multivariada mostrou uma chance 10 vezes maior (10,65-2,52;44,94) de óbito nas mulheres diagnosticadas em estádios II+III+IVA do que as no estádio IA; e que a chance de óbito foi reduzida em 60% (0,40-0,23;0,70) quando o tratamento primário foi a cirurgia, quando comparado com a radioterapia.

CONCLUSÕES

As mulheres mais idosas foram diagnosticadas em estádios mais avançados. Na doença avançada (estádios II+III+IVA) a progressão foi de 65,2%, a recidiva de 56,3%, e a SG5 de apenas 24,3%. O tratamento cirúrgico primário indicou melhores sobrevidas do que a radioterapia no estádio IB e na doença avançada. O risco de óbito foi significativamente maior na doença avançada. Quando o tratamento cirúrgico foi empregado, o risco de óbito foi menor.

Área

GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica

Autores

Mariana Miguel Camargo, Hisa Matsumoto Videira, Helymar Costa Machado, Adriana Yoshida, Iria Ribeiro Novais, Jose Carlos Campos Torres, Julio Cesar Teixeira, Diama Bhadra Vale