60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

REPERCUSSÕES DA PANDEMIA DE COVID-19 NO TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA DO DISTRITO FEDERAL

OBJETIVO

As medidas de isolamento social e campanhas de combate à pandemia de COVID-19, determinaram redução na procura, prevenção, cuidados assistenciais, e consequentemente retardo no tratamento de doenças, como o câncer . Objetivamos avaliar as repercussões da pandemia de Covid 19 no tratamento cirúrgico do câncer de mama no serviço de mastologia em um hospital escola, transformado em hospital referência para casos de COVID-19.

MÉTODOS

Estudo de corte transversal, retrospectivo, que analisou mulheres com diagnóstico de câncer de mama tratadas cirurgicamente em um hospital público do Distrito Federal no período de 02/ 2019 a 02/2021, através de prontuários da plataforma Trakcare®️. Os grupos foram divididos em três, comparando informações entre eles: Grupo 1 – Pré pandemia: 02/2019 a 02/2020. Grupo 2 – Primeiro ano de pandemia: 02/2020 a 02/2021. Grupo 3 – Segundo ano de pandemia: 02/2021 a 02/2022, com análise estatística pelo SPSS/IBM, em frequência absoluta e percentual. CAAE- 59709822200005553

RESULTADOS

Foram incluídas 153 mulheres tratadas cirurgicamente por patologias mamárias, sendo, 89 (58,17%) por neoplasias malignas e 64 (41,83%) por patologias benignas. A idade média foi 56 anos, com desvio padrão de 12 anos. A faixa etária entre 50 a 59 anos correspondeu a 30,3%, entre 30 a 39 anos a 24,7% e entre 60 a 69 anos correspondeu a 22,5%. Em 69,7% das mulheres o diagnóstico histopatológico foi carcinoma ductal infiltrante(CDI). Em 24,7%, o tratamento cirúrgico foi setorectomia e biópsia do linfonodo sentinela (BLS), em 22,5%, mastectomia com linfadenectomia e 21,3% foi mastectomia + BLS. Usando como referência o ano de pré-pandemia (2019), no qual foram realizados 43 procedimentos cirúrgicos para tratamento do câncer de mama, foi possível observar que no primeiro ano de pandemia (2020) houve uma queda de 74,4% das cirurgias (11). No segundo ano de pandemia (2021) houve uma recuperação dos procedimentos (34), contudo ainda havia uma queda de 19,6% dos mesmos quando comparado ao ano de pré-pandemia.

CONCLUSÕES

Diante da análise, demonstrou-se o impacto no quantitativo de cirurgias realizadas pela equipe de mastologia para tratamento do câncer de mama durante a pandemia da Covid 19. As medidas de contenção acabaram por prejudicar tanto a assistência prestada às mulheres portadoras de patologias mamárias quanto o serviço de Mastologia e consequentemente o ensino e aprendizagem dos programas de Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia e Cirurgia Plástica em competências cirúrgicas.

Área

GINECOLOGIA - Mastologia

Autores

Rosana Zabulon Feijó Belluco, Taíza Camilo Pacheco, Isadora Pastrana Rabelo, Melissa de Andrade Baqueiro, Eduardo Menezes Bastos, Marcela Garcia de Oliveira, Júllia Eduarda Feijó Belluco, Carmelia Matos Santiago Reis