Dados do Trabalho

TÍTULO

Características maternas dos casos de sífilis congênita no Brasil

OBJETIVO

Avaliar as características maternas dos casos de sífilis congênita no Brasil entre 2009 e 2019.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo de caráter descritivo, transversal, com análise quantitativa dos dados
maternos dos casos de sífilis congênita no Brasil. Os dados foram obtidos através do Sistema de
Informação de Agravos e Notificação disponível na plataforma DATASUS. Os dados secundários
referem-se às características epidemiológicas, clínicas e obstétricas das mães de menores de 1 ano
com sífilis congênita durante o período de 2009 a 2019. As variáveis de interesse foram faixa etária,
escolaridade, raça/cor, realização do pré-natal, momento do diagnóstico da sífilis e esquema de
tratamento. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos da
Universidade Federal de Sergipe, com número do CAAE 35988820.0.0000.5546.

RESULTADOS

Foram avaliados os dados maternos referentes a 181.453 menores de 1 ano com sífilis
congênita. Segundo a faixa etária, a maioria 52,3% das mulheres tinha entre 20 a 29 anos. De acordo
com a raça/cor, 101.543 mulheres 55,9% foram declaradas pardas, seguidas de 23,8% declaradas
brancas e 9,9% pretas. O nível de escolaridade das mães mostrou uma parcela considerável de 28,1%
mulheres que tiveram essa informação ignorada ou não declarada, apenas 0,7% tinham superior
completo e 0,8% analfabetas. Com relação à realização de pré-natal, 64,6% das mulheres realizaram e
30,6% não realizaram. Quanto ao momento de diagnóstico da sífilis materna, os dados disponíveis
indicam que 52,2% dos diagnósticos ocorreram durante o pré-natal, 34,7% durante o parto/curetagem,
8% após o parto, 0,6% não tiveram o diagnóstico realizado e 4,3% estão sem essa informação. Sobre
os dados relacionados ao esquema de tratamento materno, apenas 4,3% realizaram o tratamento de
maneira adequada, com 55% tendo feito tratamento inadequado.

CONCLUSÕES

Os dados maternos dos casos de sífilis congênita apresentaram, assim, uma maior
prevalência de mulheres entre 20 e 29 anos, pardas e com ensino fundamental incompleto. A maioria
destas mulheres realizou pré-natal e recebeu o diagnóstico já nesse período, porém não foi tratada
adequadamente.