Dados do Trabalho

TÍTULO

Mortalidade Materna por Abortamento no Brasil

OBJETIVO

Avaliar o perfil da mortalidade materna, por abortamento, no Brasil, no período de
1996 a 2019.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo do tipo transversal, descritivo, retrospectivo, mediante
análise quantitativa de dados secundários do banco de dados do Sistema de Informação de
Mortalidade (SIM) do DATASUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde)
sobre os índices de mortalidade materna por abortamento no Brasil. Os dados são referentes
aos anos de 1996 a 2019, com variáveis de interesse: região, estado civil, escolaridade, faixa
etária no padrão da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), cor/raça, local de
ocorrência do óbito materno e se óbito foi investigado. Todas essas variáveis foram
correlacionadas com a linha Gravidez que termina em óbito do grupo CID-10. Este estudo foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe, sob número
do CAAE: 37958620.5.0000.5546.

RESULTADOS

Foram registradas 3280 mortes maternas por abortamento no período estudado.
A região com maior número de registros foi a Sudeste com 40,1% dos casos, seguida pela
região Nordeste com 29,5%. A maioria (43,8%) das mulheres foram declaradas como pardas,
30% como brancas e 10,5% como pretas. A maior parte (79,63) das mulheres tinham entre 15
e 34 anos de idade e em 33,9% dos registros constavam a escolaridade como ignorada, 23,1%
cursou entre 4 e 7 anos, e 22,3% entre 8 e 11 anos. 61,3% destas mulheres eram solteiras.
Além disso, 46,4% dos óbitos foram investigados e 91,2% deles ocorreram em hospitais.

CONCLUSÕES

Mulheres negras, jovens e com baixa escolaridade definem o perfil de mulheres
que morrem por aborto no Brasil. A maioria das mulheres eram pardas (43,8%), com
escolaridade entre 0 e 7 anos (37%) e solteiras (61,3%). O local de ocorrência do óbito foi
majoritariamente em hospitais (91,2%) e 46,4% foram investigados.