60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Perfil Epidemiológico das Vítimas de Violência Doméstica no Brasil entre 2009 e 2019

OBJETIVO

Caracterizar o perfil epidemiológico das vítimas de violência doméstica no Brasil
entre 2009 e 2019.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo do tipo transversal, descritivo e retrospectivo, mediante
análise quantitativa de dados secundários do banco de dados do Sistema de Informação de
Agravos e Notificação (SINAN) do DATASUS (Departamento de Informática do Sistema Único
de Saúde). Os dados são referentes aos casos de notificação de vítimas do gênero feminino nos
anos de 2009 a 2019, notificados no Brasil, excluindo os casos de lesão autoprovocada ou a
própria vítima como autora da violência para evitar viés de seleção. As variáveis utilizadas
foram faixa etária, raça, escolaridade, local de ocorrência e violência de repetição. Este
trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe
(CAAE: 95289718.4.0000.5546).

RESULTADOS

Em relação ao perfil epidemiológico da mulher acometida pela violência, a maioria
dos casos ocorreram contra mulheres adultas, sendo mais prevalente a faixa etária entre 20-29
anos (23,03%), seguido por 30-39 anos (19,14%) e 40-49 anos (10,65%). No entanto, também
houve alta prevalência de violência nas adolescentes 15-19 anos (12,38%) e pré-adolescentes
10-14 anos (10,53%). Em relação à raça, a maioria das notificações foram de mulheres brancas
(39,23%), seguidas pelas pardas (37,69%) e pretas (8,44%). Quanto à escolaridade a maior
prevalência foi em mulheres com 5ª a 8ª série do ensino fundamental incompletos (14,83%),
seguidos por ensino médio completo (11,80%) e ensino médio incompleto (8,02%). O local de
ocorrência mais frequente da violência foi na residência da vítima (61,27%), seguido de via
pública (14,20%) e outros (6,77%). Em relação a se a violência havia ocorrido mais de uma vez,
em 38,29% das notificações marcaram como “Sim”, 35,93% como “Não” e 25,77% ignoraram
ou deixaram em branco. Pôde-se observar que alguns tópicos e itens foram mais ignorados ou
deixados em branco do que outros. O com maior subnotificação foi da escolaridade da vítima
(31,76%).

CONCLUSÕES

De acordo com dados do SINAN no período de 2009 a 2019, a violência contra
mulher foi mais prevalente na população jovem, parda e de baixa escolaridade. Essa violência
ocorreu com mais frequência na residência da própria vítima. A subnotificação foi um achado
importante, sendo a variável “escolaridade” a mais subnotificada.

Área

GINECOLOGIA - Epidemiologia

Autores

Vitória Teles Apolonio Santos, Lúria Cardoso Bezerra, Vinicius da Silva Martins, Lara Carvalho Cerqueira, Juliana Maria Chianca Lira, João Eduardo Andrade Tavares de Aguiar, Thais Serafim Leite de Barros Silva, Júlia Maria Gonçalves Dias