60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Análise do impacto econômico, procura por assistência e padrão de tratamento em mulheres com sintomas vasomotores associados à menopausa – resultados do estudo WARM - Brasil.

OBJETIVO

1. Analisar o impacto econômico dos sintomas vasomotores associados à menopausa (SVM) em mulheres brasileiras; 2. Analisar a busca por aconselhamento médico, atitudes, padrões de tratamento e o processo de tomada de decisão em relação aos SMV.

MÉTODOS

Estudo transversal, realizado através de entrevistas on-line com mulheres em peri e pós-menopausa e idade entre 40 e 65 anos com sintomas vasomotores relacionados à menopausa classificados como moderados a intensos (pelo menos um evento moderado a intenso/dia nos últimos 30 dias). Foram convidadas a participar do estudo 4718 mulheres e 501 foram selecionadas a responder a pesquisa. Foram excluídas desta análise as mulheres em tratamento para câncer de mama e/ou em uso de de antiestrogênios, inibidores de aromatase e agonistas/antagonistas de GnRH por qualquer condição médica.

RESULTADOS

A média de despesas mensais com tratamentos para os SMV foi de R$ 281,98.
As principais fontes não-médicas de informação foram: família e amigos (60%); internet (60%) e TV (15%).
65% das entrevistadas procuraram atendimento médico no último ano, e em 49% dos casos, o médico generalista foi o profissional de escolha e o ginecologista em 36%. 49,1% das mulheres não procuraram atendimento para o tratamento dos SVM em virtude de medo do exame ginecológico, e das mulheres que procuraram atendimento, 43,9% receberam algum tratamento para a condição.
Cerca de 13% das mulheres consideraram a menopausa como parte natural e inevitável do envelhecimento e referiram não haver necessidade de tratamento para esta condição.
Em relação ao tratamento atual, 32,9% estavam em regime de terapia hormonal (TH), 6,8% com medicamentos não-hormonais e 51,1% sem nenhum tratamento.
37% das mulheres têm preocupação em relação aos riscos cardiovasculares e de desenvolvimento de câncer relacionados à TH, sendo esta a principal causa de abandono da terapia.
Para TH, 4 subgrupos foram identificados: 1. contraindicadas para TH; 2. precaução para TH; 3. abandono de TH; 4. aversão a TH. A prevalência para estes grupos foi 10%; 38%; 5%; e 17%, respectivamente

CONCLUSÕES

As mulheres brasileiras gastam mensalmente uma quantia significativa para o tratamento dos SVM e procuram diversas fontes de informação e profissionais para a condição. A TH é a principal opção mas com uma significativa porcentagem de aversão e abandono da terapia e grande preocupação com os efeitos adversos. Alternativas terapêuticas para o controle dos SVM representam necessidade não atendida na abordagem da mulher no climatério.

Área

GINECOLOGIA - Climatério

Autores

Rogério Bonassi Machado, Maria Celeste Wender, Luciano de Melo Pompei, Marcos Paulo Freire, Roberto Soler