Dados do Trabalho
TÍTULO
PERCEPÇÃO DO TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL ENTRE UNIVERSITÁRIOS DE MEDICINA DE CURITIBA/PR
OBJETIVO
Avaliar a percepção dos estudantes de medicina de Curitiba/PR sobre o transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM).
MÉTODOS
Estudo transversal descritivo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 47635921.4.0000.0093). A coleta de dados ocorreu entre agosto de 2021 e abril de 2022, por meio de questionário online elaborado pelos pesquisadores e aplicado a 593 acadêmicos de todas as instituições de medicina de Curitiba/PR. Foram abordadas questões relacionadas à identificação do participante, ao nível de conhecimento sobre TDPM, seu ensino na graduação, diferenciação com tensão pré-menstrual (TPM), além de questões direcionadas ao sexo feminino sobre a abordagem médica de seus sintomas pré-menstruais. Testes Qui-quadrado e exato de Fisher foram utilizados na análise.
RESULTADOS
Dos participantes, 83,6% foram mulheres e 16,4% homens, sendo que 51,9% dos acadêmicos já tinham cursado Ginecologia e/ou Psiquiatria. Sobre a percepção do TDPM, 40,8% nunca tinham ouvido falar; destes, apenas 28,8% obteve esse conhecimento na universidade. Quando consideramos apenas os participantes que cursaram ginecologia e/ou psiquiatria, observamos que a maioria não se sente capacitado para diagnosticar o transtorno (86,7%, n=267), não sabendo a diferença entre TDPM e TPM (52,4%; n=167), com uma frequência maior de homens (68,4%) que não reconhecem a diferença entre os transtornos quando comparado às mulheres (51%; p=0,017). A definição do TDPM (55,2%) e seus sintomas (89,9%) foram reconhecidos por grande parte dos participantes, entretanto a maioria (53,2%) errou ou não soube responder sobre seu impacto na vida da mulher. Entre as mulheres, 82,9% (n=411) responderam que a abordagem médica era superficial quanto aos sintomas pré-menstruais; enquanto 10,1% (n=50) indicaram ter uma investigação a fundo dos sintomas. Apenas 7,1% (n=35) alegaram não ter sintomas pré-menstruais.
CONCLUSÕES
O TDPM é uma condição ainda pouco conhecida e abordada durante a formação do médico generalista. É necessário uma maior divulgação nas universidades, a fim de melhorar a assistência e preparar os profissionais para reconhecimento e abordagem desse transtorno. Tal melhora na assistência irá refletir diretamente na qualidade de vida das mulheres.
Área
GINECOLOGIA - Multidisciplinar
Autores
Leticia Maria Secchi Pereira, Giovana Quezini Monken Menon, Bianca Ruiz Portes, Mariana Alves Sikorski, Raquel Porto Lovato, Vanessa Camargo Lima, Fabiana Antunes Andrade, Elisa Chicareli Pinhat