Dados do Trabalho

TÍTULO

ANÁLISE DO NÚMERO DE CASOS DE SÍFILIS EM GESTANTES, EM RIBEIRÃO PRETO, ENTRE OS ANOS DE 2011 E 2020

OBJETIVO

Analisar quantitativamente os casos de sífilis em gestantes entre os anos de 2011 e 2020, na cidade de Ribeirão Preto, estado de São Paulo, buscando melhor entender o contexto epidemiológico desta patologia.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo ecológico descritivo, com informações obtidas do Sistema de Informações de Saúde (TABNET), na aba “Epidemiológicas e Morbidade”, selecionando “Doenças e Agravos de Notificação - 2007 em diante (SINAN)” e, posteriormente, selecionando “Sífilis em Gestante”. Na seção Abrangência de Dados foi selecionado o estado de São Paulo e na Subcategoria foi selecionada a cidade de Ribeirão Preto. Para esse estudo, foi considerado o intervalo de tempo entre janeiro de 2011 e dezembro de 2020. O trabalho foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 96398618.4.0000.5498)

RESULTADOS

Os dados analisados mostram que 1196 gestantes foram diagnosticadas com sífilis em Ribeirão Preto, entre os anos de 2011 e 2020. No período analisado, observou-se média anual de 119,6 casos. O ano de 2020 mostrou o número mais expressivo, com 200 casos (16,7%), seguido do ano de 2019, 165 casos (13,7%) e do ano de 2018, com 159 casos (13,2%). A faixa etária com o maior número de casos foi de 20 a 29 anos, totalizando 653 casos (54,6%). Em relação a escolaridade 186 (15,5%) possuíam ensino médio completo, seguido de 155 (12,9%) com fundamental incompleto (5 a 8 séries). Quanto a raça, 488 se declaravam branca (40,8%), 373 (31,1%) parda e 167 (13,9%) preta. Na classificação clínica, a sífilis latente aparece em primeiro lugar quantitativamente, 792 dos casos (66,2%). Quanto ao esquema de tratamento materno, a maior parte foi considerado inadequado 305 (25,5%), porém nota-se subnotificação ou dificuldade de aferição desta variável. Houve 2 casos de óbitos em menores de 1 ano por sífilis congênita no período estudado.

CONCLUSÕES

Diante da análise, foi possível observar um aumento na taxa de detecção, especialmente nos últimos 3 anos. Esse número pode ser ainda maior, devido as subnotificações em meio à pandemia de COVID-19. Essa variável merece atenção diante dos comprometimentos que a sífilis pode trazer no resultado perinatal. A descontinuação temporária de Penicilina Benzatina em 2015, também pode ter contribuído para o aumento crescente nas taxas dos últimos anos. Estratégias de saúde pública destinadas ao diagnóstico precoce, prevenção e tratamento merecem destaque no contexto epidemiológico abordado nesse estudo, ressaltando que a sífilis congênita é um sério problema a ser combatido.