60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Violência Doméstica e Sexual no Brasil entre 2009 e 2019.

OBJETIVO

Caracterizar os tipos de violência doméstica e sexual que ocorreram no Brasil no período de 2009 a 2019, além de avaliar a relação do agressor com a vítima e os meios de agressão utilizados.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo do tipo transversal, descritivo e retrospectivo, mediante análise quantitativa de dados secundários do banco de dados do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN) do DATASUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde). Os dados são referentes aos casos de notificação de vítimas do gênero feminino nos anos de 2009 a 2019, notificados no Brasil, excluindo os casos de lesão autoprovocada ou a própria vítima como autora da violência para evitar viés de seleção. As variáveis utilizadas foram tipos de violência, tipos de violência sexual, meios de agressão e relação com a vítima. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe (CAAE: 95289718.4.0000.5546).

RESULTADOS

A pesquisa mostrou que, entre 2009 e 2019, as tipologias da violência doméstica que mais se destacaram foram a violência física (68,69%), a violência psicológica/moral (34,63%), a violência sexual (19,64%) e a negligência/abandono (10,64%). Os meios de agressão mais utilizados foram a força corporal/espancamento (59,50%), ameaça (22,37%) e arma branca (7,06%). Em relação à violência sexual, estupro (60,84%) e assédio (20%) são os principais tipos. Os agressores são cônjuge (22,21%), amigos/conhecidos (12,92%), desconhecido(a) (10,29%), mãe (8,73%) e ex-cônjuge (8,39%). Observou-se ainda que entre 5 e 14 anos a violência sexual é mais a prevalente enquanto que entre 15 até 60 anos predomina a violência física.

CONCLUSÕES

Conclui-se que a violência física é o tipo de violência doméstica mais sofrido pelas mulheres, destacando-se o uso da força corporal ou do espancamento, na maioria das vezes praticadas por agressores conhecidos, sendo os principais responsáveis os cônjuges. Ademais, as principais formas de violência sexual são o estupro e o assédio sexual, mais prevalentes contra as mulheres mais jovens.

Área

GINECOLOGIA - Epidemiologia

Autores

Vitória Teles Apolonio Santos, Lúria Cardoso Bezerra, Lara Benario de Lisboa Santos, Hudson Silva Dantas, Gabriela Oliveira Abreu de Faria, João Eduardo Andrade Tavares de Aguiar, Thais Serafim Leite de Barros Silva, Júlia Maria Gonçalves Dias