Dados do Trabalho
TÍTULO
SÍFILIS GESTACIONAL NO ESTADO DE GOIÁS: UMA ANÁLISE RETROSPECTIVA DE 2012 A 2021
OBJETIVO
A sífilis é uma das patologias dentro do grupo de infecções sexualmente transmissíveis mais prevalentes na atualidade. Na gestante, há risco de transmissão vertical nas pacientes não tratadas ou inadequadamente tratadas, culminando em sérias repercussões para o feto que perpassam desde anomalias congênitas, prematuridade até morte perinatal. Destarte, o presente estudo objetivou realizar uma avaliação epidemiológica do perfil das pacientes diagnosticadas com sífilis gestacional, além dos casos de sífilis congênita registrados nos últimos 10 anos no estado goiano.
MÉTODOS
Foi realizado um estudo na base de dados do Ministério da Saúde (DATASUS) nos anos de 2012 a 2021, sobre os casos notificados de sífilis em gestantes no estado de Goiás e o perfil destas pacientes, além dos casos de sífilis congênita no mesmo período. Os valores absolutos e relativos (%) foram descritos e correlacionados por forma clínica, faixa etária e desfecho.
RESULTADOS
Após analisados os dados, verificou-se um total de 11.897 casos de sífilis gestacional nos últimos 10 anos. Destes, a forma clínica mais prevalente (33,05%) fora a latente com 3.933 casos e a menos comum a forma terciária com 864 casos (7,26%). A faixa etária de maior infecção nas pacientes esteve entre 20 e 39 anos correspondendo a 71,92% (8.557 casos). Durante o período, houve 2.508 notificações de sífilis congênita, sendo 717 (28,58%) o total de puérperas que não iniciaram o tratamento no pré-natal. Dos casos da doença congênita, 2.400 (95,69%) foram diagnosticados até o 6º dia de nascimento e 71 do total de casos evoluíram para óbito, todos em até 27 dias de vida.
CONCLUSÕES
Assim, conclui-se que a ocorrência de sífilis gestacional merece a devida atenção por sua alta prevalência e consequências para o feto. A faixa etária mais acometida esteve entre 20 e 39 anos e a forma latente a mais comum. Na sífilis congênita, mais de ¼ das mães sequer iniciaram o tratamento no pré-natal e os casos de óbito neonatal em consequência da transmissão vertical ocorreram dentre o primeiro mês de nascimento. No entanto, as repercussões para o feto podem ser evitadas, desde que a gestante seja precocemente diagnosticada e adequadamente tratada ainda no pré-natal. Ademais, além de atuar na terapêutica e assertividade diagnóstica, deve-se incentivar políticas públicas e de gestão em saúde para levar conhecimento à população dos métodos de prevenção desta infecção sexualmente transmissível, demonstrando os riscos para o binômio mãe-filho.
Área
OBSTETRÍCIA - Doenças infecciosas na gestação
Autores
MARCELA NAZARETH SOUZA, Maria Clara Ribeiro Figueiredo, Rafaela Barbosa Carrijo, Flavia de Castro Santana, Letícia Nogueira Resende, Laila Carrijo Borges Limberger, Juliana Fagundes Pacheco, Camila Lopes de Oliveira