60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

SÍNDROME DE MEIGS COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL NOS QUADROS DE DESCOMPENSAÇÃO CARDIOPULMONAR.

CONTEXTO

A síndrome de Meigs é composta por três características cardinais: tumor ovariano benigno, ascite e derrame pleural. Concomitantemente, tem-se a cura das condições apresentadas após exérese do tumor. É uma condição rara, acometendo principalmente mulheres na pós menopausa, com idade médica de 50 anos. O fibromas é responsável por cerca de 3% de todos os tumores ovarianos e a síndrome de Meigs por 1-2% deles. Apresentamos um caso de Síndrome de Meigs diagnosticado por descompensação cardiopulmonar. Trabalho aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 61330522.0.0000.8307).

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente, 37 anos, nuligesta, hipertensa, obesidade grau III, admitida em pronto atendimento com quadro de dispneia moderada aos esforços e de carater progressivo associada a dessaturação e aumento no volume abdominal (três vezes maior que o habitual). Paciente nega sintomas gineco-obstétricos associados. Tomografia computadorizada de tórax evidenciou derrame pleural volumoso, drenado. Após estabilização do quadro, paciente foi submetida a tomografia de abdome e pelve, com achado acentuada quantidade de líquido livre abdominal e volumosa massa pélvica de provável natureza anexial. Marcadores tumorais com CA 125 de 233 U/ml. Indicada laparotomia exploradora, com drenagem de 13 litros de ascite citrina, associada a achado de cisto esquerdo volumoso, pediculado, aderido a porção do cólon. Foi realizada exérese de cisto e salpingo-ooforectomia unilateral, sendo o material enviado ao anatomopatológico. Paciente evoluiu com melhora clínica significativa após procedimento, sem recorrência de ascite e derrame pleural. Histologia confirmou fibroma de ovário.

COMENTÁRIOS

Embora existam várias hipóteses sobre a fisiopatologia, o mecanismo preciso pelo qual surgem ascite e derrames pleurais ainda não é conhecido. E por se tratar de uma doença rara, essa hipótese diagnóstica acaba sendo ignorada pela maioria dos profissionais fora da área ginecológica. A aspiração de fluido das cavidades pode ser útil como alívio da sintomatologia clínica e tratamento da dessaturação. Tanto a paracentese como a toracocentese também podem para coleta de material citopatológico. No entanto, o tumor ovariano deve ser removido e, na síndrome de Meigs, isso levará à resolução completa da ascite e do derrame pleural. A remoção bem sucedida do tumor é considerada curativa. A recorrência de ascite e derrame pleural após a remoção cirúrgica do tumor é incomum.

Área

GINECOLOGIA - Cirurgia Ginecológica

Autores

Mariana de Oliveira Azevedo, Anderson De Souza Bruno, Raquel Antunes de Moraes, Sofia Guimarães Piancastelli, Larissa Rodrigues Santos, Juliana Cristina de Lima Pereira, Camila Paes Alves Teixeira, Ana Laura Hespanhol Moraes