60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

GESTAÇÃO EM CICATRIZ DE CESARIANA COM IMINENTE ROTURA UTERINA

CONTEXTO

CONTEXTO: Gravidez em cicatriz de cesariana é forma rara de gestação com implantação anormal, associada a ocorrência de cesarianas prévias. Conduta ativa e diagnóstico precoces podem reduzir graves complicações advindas desse evento como hemorragias severas e mortalidade materna. O estudo foi aprovado pelo CEP/HUCAM , CAAE : 30990720.7.0000.5071

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente com 40 anos , G5 P3 A1, cesarianas, compareceu á emergência de hospital privado em Vitória-ES, com sangramento genital moderado, colo fechado, cólicas uterinas e atraso menstrual. A ultrassonografia endovaginal evidenciou gestação intrauterina em região ístmica com extensão em cicatriz de histerotomia e istimocele apresentando embrião com 6 semanas e 3 dias, batimentos cardíacos fetais de 124 bpm com suspeita de invasão trofoblástica vesical. A dosagem de HCG encontrava-se em 190000mUI/mL. Paciente foi submetida à laparotomia para histerotomia com equipe especializada porém devido suspeita de invasão vesical e sangramento intenso optou-se por histerectomia abdominal total no ato cirúrgico devido à iminente rotura uterina e paciente possuir prole constituída. Na cirurgia ocorreu rompimento de serosa uterina com saída de restos ovulares.

COMENTÁRIOS

COMENTÁRIOS: A implantação de uma gestação na cicatriz de cesariana anterior é uma anormalidade rara com potencial para desfechos maternos desfavoráveis incluindo a morte. A operação cesariana é um dos fatores que aumenta o risco de implantações placentárias anormais e gestações ectópicas não tubárias em gestações subsequentes. A ultrassonografia no primeiro trimestre, especialmente em pacientes submetidas à cesarianas anteriores pode obter informações e diagnóstico preciso de gestação com implantação do trofoblasto em região de cicatriz de histerotomia.O acompanhamento e diagnóstico precoce poderia possibilitar a ressecção embrionária por laparotomia e histerotomia ou utilização de metrotrexato em alguns casos evitando-se a rotura uterina, hemorragias com morbidade e/ou mortalidade materna e histerectomia. Não é indicada a curetagem uterina e AMIU pois o tecido trofoblástico pode estar na parede uterina acrescendo o risco de rotura uterina. Ressonância magnética pode ser necessária em casos dúbios . Aproximadamente 2,5% das gestações com implantação em cicatriz de histerotomia cursam com final a histerectomia abdominal total quando diagnosticadas até a nona semana de gestação. O relato cursou com histerectomia em gestação de aproximadamente seis semanas.

Área

OBSTETRÍCIA - Intercorrências cirúrgicas na gestação

Autores

Ana Lara Barros, Bianca Firme Soneghet Barros, Luiz Frizzera Borges, Rodrigo Paulino Chaves, Neide Aparecida Tozato Boldrini, Helena Lucia Barroso dos Reis