60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Gestação em portadora de Osteogênese Imperfeita tipo I: OSTEOGÊNESE IMPERFEITA - RELATO DE CASO

CONTEXTO

A osteogênese imperfeita (OI) é um grupo fenotipicamente e molecularmente heterogêneo de doenças hereditárias do tecido conjuntivo que compartilham anormalidades esqueléticas semelhantes, provocando fragilidade e deformidade óssea. É uma condição rara, com prevalência estimada de 1 em cada 10.000 pessoas e um caso a cada 25.000 a 30.000 pacientes obstétricas.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Primigesta, 20 anos, 36 semanas de gestação, pré-natal de alto risco devido a OI tipo I, com diagnóstico tardio e evolução durante gestação para necessidade de auxílio em atividades da vida diária, apresentando dor, paresia e parestesia intermitentes. História de 14 fraturas ósseas com traumas leves, de início aos dois anos de idade, sendo a última aos 13. Em uso de carbonato de cálcio, vitamina D, ômega 3, cloreto de magnésio, sulfato ferroso e ácido fólico. Admitida para cesárea eletiva, por risco de fratura pélvica durante trabalho de parto. Parto e puerpério sem intercorrências, recém-nascido com Apgar 10/10. Densitometria óssea pós-parto evidenciando osteoporose de coluna lombar e fêmur. Atualmente aos 5 anos de idade, criança não apresentou fratura patológica, porém segue acompanhamento multidisciplinar por apresentar esclera azulada, um dos sinais de OI.

COMENTÁRIOS

A osteogênese imperfeita é uma doença genética autossômica dominante por mutação no gene COL1A1. A apresentação clínica varia de
acordo com a gravidade do acometimento, podendo ser classificada entre os tipos I a V. O tipo I é o mais comum, com acometimento leve, sem grandes deformidades e estatura normal. O tipo V representa a OI com hipercalosidade e ossificação de membrana interóssea do antebraço. A OI pode vir associada a outras características clínicas, como escleras azuladas, hiperidrose, surdez de condução, hipertermia, deformidades odontológicas, disfunção plaquetária, cardiopatia congênita, cardiopatia valvar, cor pulmonale, doenças articulares e dermatológicas. A gestação pode ser conduzida até o termo, pois há a preservação da fertilidade nestas mulheres, principalmente naquelas com o tipo I da doença. No entanto, o feto pode apresentar fraturas ainda durante a vida intrauterina. O parto geralmente é cirúrgico,
devido a deformidades pélvicas da gestante, desproporção cefalopélvica e aumento da incidência de anormalidades na apresentação fetal.

Área

OBSTETRÍCIA - Gestação de alto risco

Autores

Mariana Brandão Soares Sousa, Juliana Augusta Dias, Vitória Teixeira Melillo, Ludmilla Roberta de Lima, Polyana de Paula Pinto, Iago Gabriel Evangelista Alves, Isadora Ramires Bahia, Rayssa Costa da Rocha