60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

CONHECIMENTO DE MULHERES SURDAS EM RELAÇÃO A MÉTODOS CONTRACEPTIVOS: ESTUDO QUALITATIVO

OBJETIVO

Analisar o conhecimento de mulheres surdas em relação a métodos contraceptivos.

MÉTODOS

Estudo descritivo de abordagem qualitativa, realizado em ambulatório planejamento reprodutivo ICHC-FMUSP e ambulatório Amador Aguiar-Osasco 2021-2022 com mulheres surdas usuárias da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como comunicação, acima de 18 anos, por meio de entrevistas em LIBRAS à distância. CAAE 39267720.8.0000.5435. Número do parecer 5.516.074. Análise de conteúdo com software Nvivo.

RESULTADOS

Análise preliminar, mostrou que entre as mulheres surdas uma conseguiu caracterizar o conceito de contracepção. A taxa de gestação não planejada entre as participantes foi de 59%, n = 12. A taxa de uso de contraceptivos, foi maior com preservativo, expresso em nuvem e frequência de palavras (16,6%, n = 3), seguido do injetável e do contraceptivo oral (11,1%, n = 2) e de métodos comportamentais, coito interrompido e abstinência (5,5%, n = 1). O motivo de uso dos métodos, foi expresso nas palavras “evitar” e “AIDS” (1,7%, n = 7), com menor menção das palavras “gravidez” e “médico” (1,4%, n = 6). Os contraceptivos mais citados foram o contraceptivo oral (25%, n = 9) e o preservativo (22,2%, n = 8). O acesso ao planejamento reprodutivo foi limitado entre essas mulheres e atribuíram o tema a aspectos da rotina familiar, dificuldade de comunicação e falta de autonomia, expressos nas palavras “família” (4,5%, n = 9) e “LIBRAS” (2,5%, n = 5) em primeiro plano, e nas palavras “difícil” (1,5%, n = 3), “intérprete” (1,51%, n = 3) e “acompanha” (1,0%, n = 2) em segundo plano. Não citaram palavras ligadas a aspectos de saúde sexual e reprodutiva. Sobre participação em palestras de planejamento familiar, as respostas dadas foram negativas expressas por “não” e “nunca” (7,3%, n = 12 e 4,8%, n = 8), porém houve menção de palavras como “família” (3,6%, n = 6), “AIDS” (1,8%, n = 3) e “camisinha” (1,8%, n = 3), mostrando a família como fonte de informação sobre saúde sexual e reprodutiva.

CONCLUSÕES

O conhecimento sobre métodos contraceptivos foi baixo com pouco acesso a medidas de planejamento reprodutivo, demonstrando situação de vulnerabilidade nesta população expresso na taxa de gestação não planejada entre as participantes.

Área

GINECOLOGIA - Contracepção

Autores

Gabriela Fuster Barbosa, Flavia Abranches Corsetti Purcino, Sandra Dircinha Teixeira Araujo Moraes, Edson Santos Ferreira-Filho, José Maria Soares-Junior, Isabel Cristina Esposito Sorpreso