60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Taquicardia Supraventricular Fetal

CONTEXTO

A taquicardia supraventricular fetal possui um potencial de gravidade elevado, quando não tratada adequadamente. Quando bem conduzida, o tratamento tem um custo baixo e desfecho favorável.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente YVMC, 19 anos, sem comorbidades prévias conhecidas e negava vícios. A primeira gestação da paciente foi aos 18 anos, sem intercorrências no pré natal realizado adequadamente e foi submetida a cesariana devido a sofrimento fetal agudo.

Sua segunda gestação foi aos 19 anos. Iniciou pré natal de forma precoce, evoluindo sem intercorrências até as 27 semanas, quando o feto começou a apresentar Taquicardia supraventricular. Foi admitida com 27 semanas e 5 dias para investigação e tratamento da arritmia.

Durante a internação, foi realizado ecocardiograma fetal que não identificou alterações cardíacas morfológicas e exames laboratoriais para excluir causas secundárias como o hipotireoidismo. Não foi detectado nenhuma causa.

O tratamento foi iniciado com Digoxina, com dosagem seriada da digoxinemia e realização do perfil do índice cardiovascular de Huhta, que consideram os seguintes parâmetros para avaliação da progressão de insuficiência cardíaca congestiva (ICC): presença de efusões de cavidades e Hidropsia; estudo Doppler do ducto venoso; índice cárdio-torácico; função cardíaca, através dos fluxos das válvulas tricúspide e mitral; e estudo Doppler de artéria umbilical.

Durante o acompanhamento, o feto apresentou progressão da ICC, com onda A reversa no ducto venoso, efusão pericárdica e ascite. A gestante apresentou sinais de intoxicação por Digoxina, quando houve necessidade de redução da dose e instituição de Sotalol.

O ajuste diário da dose das medicações foi necessário para atingir um equilíbrio. O feto não apresentou controle satisfatório da frequência cardíaca, mas apresentou regressão dos sinais de insuficiência e manteve Taquicardia supra ventricular intermitente frequente, associado a períodos de ritmo sinusal. Ele também apresentou restrição do crescimento fetal tardia, com resolução da gestação com 36 semanas e 6 dias, através de cesariana devido a dificuldade de controle da vitalidade fetal intraparto. Foi encaminhado ao CTI, onde recebeu Adenosina, Propanolol e Amiodarona.

Recebeu alta com diagnóstico de Taquicardia de Coumel, mantém o uso de Propanolol e acompanhamento com a equipe de Cardiologia Pediátrica, com bom controle.

COMENTÁRIOS

A suspeita clínica é possível na atenção primária, através da ausculta de batimentos fetais taquiarrítmicos.

Área

OBSTETRÍCIA - Medicina fetal

Autores

EDWARD ARAÚJO JUNIOR, MARIA ROSA PEREIRA MARTINS, MAYRA MARTINS MELO, JULIANA ASSIS ALVES