60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

NEOVAGINOPLASTIA COM RETALHO ABDOMINAL EM PORTADORAS DE MALFORMAÇÃO DO TRATO GENITAL: SÉRIE DE CASOS

CONTEXTO

As síndromes de malformação do trato genital feminino são decorrentes de qualquer interferência, omissão ou parada no desenvolvimento embrionário dos órgãos genitais. As malformações útero-vaginais trazem consigo um estigma contraditório à natureza sociocultural e biológica da mulher, impossibilitando dessarte o ato sexual com penetração vaginal, bem como a concepção. A literatura científica dispõe de alguns métodos terapêuticos, os quais almejam atingir a função vaginal satisfatória. Dentre estes, a cirurgia de neovaginoplastia utilizando retalho de pele de parede abdominal associado à dilatação vaginal progressiva trata-se de uma técnica promissora. Este trabalho foi submetido ao comitê de ética em pesquisa e aprovado sob o CAAE: 20641219.3.0000.5292.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

O presente estudo é composto por 12 pacientes portadoras de malformação do trato genital feminino, com diagnósticos de Síndrome de Rokitansky (06), Síndrome de Morris (04), Síndrome de Goltz (01) e Hiperplasia Adrenal Congênita (01), sendo todas submetidas à técnica de neovaginoplastia utilizando retalho de pele de parede abdominal associado à dilatação vaginal progressiva. As cirurgias foram realizadas entre 2014 e 2019, com posterior acompanhamento desde o pós-operatório imediato. Sete pacientes mantiveram seguimento ambulatorial a longo prazo. Destas, apenas 02 evoluíram com estenose de canal vaginal. As participantes foram submetidas ao questionário Quociente Sexual - versão Feminina (QS-F) para avaliar o nível de satisfação sexual, e como resultado, 71,5% delas obtiveram padrão de desempenho sexual avaliado em “bom a excelente” ou “regular a bom” e apenas 28,5%, padrão “nulo a ruim”.

COMENTÁRIOS

As malformações do trato genital feminino e sua abordagem terapêutica carecem de dados mais robustos, em decorrência da baixa incidência de tais patologias. Neste estudo, durante o seguimento das pacientes acompanhadas a longo prazo, observou-se uma possível correlação entre abstinência sexual e estenose do canal vaginal reconstruído. Atualmente, não parece haver consenso que permita afirmar a superioridade de uma técnica em detrimento de outra, considerando-se anatomia, funcionalidade e aspectos psicossociais da mulher.

Área

GINECOLOGIA - Cirurgia Ginecológica

Autores

THAISE MEDEIROS CERQUEIRA, MARIA ELISA LEAL ASSUNÇÃO, ÉRICO LUCAS OLIVEIRA, ANNA GABRIELA SANTOS SILVA, NOELE GURGEL D'ÁVILA, ANA KARLA MONTEIRO SANTANA OLIVEIRA FREITAS, JOSAIR CUSTÓDIO MESQUITA, MICHELLY NÓBREGA MONTEIRO