Dados do Trabalho

TÍTULO

Laparotomia por cisto gigante de ovário em paciente jovem

CONTEXTO

Os tumores ou massas anexiais são achados comuns na rotina ginecológica, com sintomatologia pélvica ou de forma assintomática sendo a etiologia da maior parte desses tumores benigna, no entanto, a possibilidade de malignidade, sempre deve ser considerada. Nas mulheres pré-menopausa, as lesões benignas estão em grandes proporções e as lesões malignas estão em torno de 5 a 10% dos casos. Descreveremos um caso de cistoadenoma mucinoso gigante de ovário em paciente jovem que teve evolução rápida e tomou proporções impressionantes, pesando 9895 gramas, em uma mulher jovem, assintomática, que tinha como única queixa o aumento do volume abdominal. O relato de caso foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa no serviço de residência médica do Hospital Municipal e Maternidade Amador Aguiar, registrado sob o número 24/22 do CAAE.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente feminina, SCMS, 21 anos, caucasiana, solteira, procedente de Osasco, virgo, negava comorbidades prévias. Procurou o Serviço de Pronto Socorro da Maternidade Amador Aguiar em maio de 2021, com queixa de aumento do volume abdominal há 8 meses. Devido a pandemia o atendimento especializado estava restrito apenas a casos de urgência na atenção básica, porém a demora preocupou a jovem e a seus familiares que decidiram procurar atendimento médico na Maternidade. Ao exame físico a paciente apresentava massa abdominal até região de apêndice xifoide. Optado por marcadores tumorais com resultado negativo e ressonância magnética de pelve que evidenciou massa ovariana a direita de aproximadamente 3984 cm3. A paciente foi submetida a laparatomia exploradora com incisão xifopubiana, optado por ooforectomia e salingectomia a direita. O resultado anatomopatológico foi compatível com cistoadenoma mucinoso ovariano medindo 40x31x17cm. O procedimento não teve intercorrências e a paciente recebeu alta no quinto dia do pós-operatório.

COMENTÁRIOS

Durante a pandemia de COVID-19 houve uma redução nos atendimentos médicos ginecológicos eletivos. Após a melhora das taxas de transmissão e da vacinação em massa, nos deparamos com casos, cuja evolução nos surpreendeu, seja por aumento de tumorações de condições benignas ou pela gravidade de tumores malignos que se desenvolveram ao longo de meses sem assistência médica. Este relato vem nos alertar sobre a importância do seguimento ginecológico e nos desafiar para manutenção destes cuidados em novas pandemias, afim de realizar um diagnóstico rápido, evitando prejuízos para as pacientes de forma segura.