60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

COMPARAÇÃO ENTRE MÉTODOS DE INSERÇÃO DO DISPOSITIVO INTRAUTERINO NO PÓS-PARTO VAGINAL IMEDIATO

OBJETIVO

Objetivo: Comparar a expulsão do Dispositivo Intrauterino (DIU) de cobre no pós-parto vaginal imediato (pós-placentário) inserido com uso da Pinça Kelly modificada versus inserção manual.

MÉTODOS

Métodos: Ensaio clínico randomizado, controlado, não cego, realizado em um hospital-escola. Foram incluídas mulheres que tiveram parto vaginal, maiores de 18 anos, com hemoglobina maior que 8,0mg/dl no pré-natal e que desejavam utilizar o DIU. Foram excluídas mulheres com infecção ovular, infecção sexualmente transmissível ativa ou malformação uterina. A amostra total será de 186 mulheres (n=93 com inserção manual; n=93 com uso de pinça). O DIU de cobre foi inserido conforme randomização, por um médico residente previamente treinado. Foram descontinuadas as mulheres com bolsa rota prolongada, extração manual da placenta ou hemorragia pós-parto. As participantes foram avaliadas em consulta e ecografia transvaginal entre 40-60 dias pós-parto. Para análise descritiva foi utilizado média, desvio-padrão e distribuição de frequência. Os cruzamentos envolvendo duas variáveis qualitativas foi feito por meio de testes de associação. Foi utilizado o programa Statistical Analysis System (SAS), versão 9.4. O estudo foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 50497321.4.0000.5404).

RESULTADOS

Resultados: Até o momento, foram incluídas 69 mulheres. As participantes tinham média de idade de 25,7 anos (±5,7 anos), 65% eram pretas ou pardas (n=43), 55% ensino médio completo (n=38) e maioria era multípara (68,1%, n=47). Destas, 4,3% (n=3) foram descontinuadas antes da inserção por necessidade de extração manual da placenta (n=2) ou hemorragia pós-parto (n=1). Das 66 inserções, 56% estão alocadas no “grupo manual” (n=37) e 44% no “grupo pinça” (n=29). Das participantes que já completaram o tempo para revisão puerperal (n=59), houve perda no seguimento de 5% destas (n=3), mesmo após convocação telefônica. A taxa global de expulsão foi de 23,2% (13/56). A expulsão ocorreu em média 14,85 dias pós-parto (±16,35 dias). Destas, 53,8% (n=7) inseriram novo DIU na consulta de revisão puerperal. Não houve associação entre a taxa de expulsão e o método de inserção do DIU (χ²(2)=3,571; p=0,178).

CONCLUSÕES

Conclusões: Não houve diferença na expulsão do DIU de cobre conforme a técnica utilizada para inserção imediatamente após parto vaginal. Embora a expulsão do DIU no pós-parto vaginal imediato seja maior do que a inserção de intervalo, o momento do parto configura-se muito oportuno para ofertar contracepção eficaz.

Área

OBSTETRÍCIA - Puerpério normal e patológico

Autores

Patricia Moretti Rehder, Thuany Bento Herculano, Fernanda Garanhani de Castro Surita, Cassia Raquel Juliato