60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Perfil epidemiológico de vítimas de violência sexual do sexo feminino no Ceará entre 2017 e 2021

OBJETIVO

Descrever o perfil epidemiológico de vítimas de violência sexual do sexo feminino no estado do Ceará entre 2017 e 2021.

MÉTODOS

Estudo epidemiológico descritivo de corte transversal cujos dados foram coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Pesquisou-se as variáveis macrorregião de saúde, faixa etária, cor, local de ocorrência, tipo de violência sexual, vínculo do agressor com a vítima e ciclo de vida do agressor. Em seguida, os dados foram tabulados no Microsoft Word. A pesquisa não foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa tendo em vista que os dados utilizados são secundários e de domínio público.

RESULTADOS

Foram notificados 4901 casos de violência sexual contra pessoas do sexo feminino no estado do Ceará entre 2017 e 2021. Nesse período, observou-se aumento crescente do número de registros de violência sexual de 2017 a 2020, com queda de 15,33% ano de 2021. A maior parte dos casos (60,2%) ocorreu na macrorregião de Fortaleza, em pardas (76,5%) e na faixa etária de 0 a 19 anos (70%). O local de ocorrência mais comum foi a residência da vítima (60,5%) e apenas 17,7% dos autores da violência eram desconhecidos. No que tange ao ciclo de vida do agressor, constatou-se uma grande porcentagem de fichas de notificação não preenchidas neste tópico (65,74%). O tipo de violência sexual mais incidente foi o estupro (71,11%), seguido do assédio sexual (18,36%) e exploração sexual (2,77%). Ademais, 43,77% das violências sexuais foram de repetição.

CONCLUSÕES

A violência sexual no estado do Ceará predomina em crianças e adolescentes pardos da macrorregião de Fortaleza, que são vítimas, majoritariamente, de pessoas de seu convívio e em suas residências. Apesar da queda de notificações no ano de 2021, deve-se considerar a subnotificação dos casos que permanecem, consequentemente, na invisibilidade. Destaca-se, ainda, o alto número de reincidências dos casos, o que evidencia falha no que tange à proteção desses indivíduos.

Área

GINECOLOGIA - Epidemiologia

Autores

Camila Silveira Marques, Igor Carvalho Brasil, Thamile Chaves dos Santos, Renata Monteiro Jovino, Francisco Jean Rocha Silva Filho, Maria Victória Ferraz, Mariana Queiroz de Souza, Andreisa Paiva Monteiro Bilhar