Dados do Trabalho

TÍTULO

TRATAMENTO HORMONAL NO PÓS-OPERATÓRIO DE ENDOMETRIOSE

OBJETIVO

Analisar os resultados da utilização de tratamentos hormonais após realização de cirurgia para endometriose.

FONTE DE DADOS

A partir das bases de dados Scielo, Cochrane Library, PubMed/MedLine e Web of Science, realizou-se uma busca sistemática utilizando as combinações: “Endometriosis” AND “Hormonal Therapy” e “Endometriosis” AND “Hormonal Treatment”. Foram incluídos estudos primários dos últimos 10 anos e excluídos estudos secundários e aqueles que não contemplavam a pergunta norteadora deste trabalho.

SELEÇÃO DE ESTUDOS

Identificaram-se 430 estudos. 35 artigos foram lidos integralmente, uma vez excluídos estudos por duplicidades, título e resumo. Discordâncias foram resolvidas por um terceiro pesquisador, sendo selecionados 18 estudos.

COLETA DE DADOS

Os dados foram extraídos e analisados conforme as diretrizes PRISMA.

SÍNTESE DE DADOS

Quanto ao tratamento hormonal escolhido, 12 estudos se valeram do uso de progestinas, 10 do uso de análogos de GnRH, 8 do uso de contraceptivos orais combinados e 4 da utilização de DIU. Foi evidenciada diferença estatisticamente significativa, em 11 estudos, quanto à atenuação de sangramentos, dismenorreia e dor pélvica crônica. Em termos de recorrência, observou-se redução do seu risco e atraso dela em 10 artigos. No tocante à fertilidade, 2 artigos demonstraram maior chance de gestar com uso de dienogeste após cirurgia de endometriose, quando comparado à ausência de terapia adjuvante. Dois estudos não conseguiram confirmar a existência de retardo da recorrência de endometriose. Um estudo comparou o uso de tratamento hormonal pós-cirúrgico com a terapia hormonal e com a cirurgia isoladamente, evidenciando melhores resultados estatisticamente significativa ao final de 24 meses (p<0,001), a saber: dismenorreia (p=0,05), dispareunia (p=0,007) e menor taxa de recidiva (p>0,05). Um outro artigo indicou ainda melhores desfechos com tratamento pré e pós-cirúrgico, quando comparado à terapia adjuvante ou apenas cirurgia: menores índices de recidiva (p=0,011), maior intervalo até necessidade de cirurgia (p=0,008) e dismenorreia (p=0,006). Não houve, no entanto, diferença estatisticamente significativa quanto aos desfechos após tratamento com progestinas, análogos de GnRH, contraceptivos orais combinados e DIU.

CONCLUSÕES

A combinação de cirurgia com tratamento hormonal pós-cirúrgico aparenta ter efetividade em retardar a recorrência da doença e minorar a sintomatologia causada por ela, além de ser potencialmente útil a mulheres com desejo de engravidar.