Dados do Trabalho
TÍTULO
Análise epidemiológica dos casos notificados de Aids em idosas no Nordeste entre 2011 e 2021
OBJETIVO
Analisar os casos diagnosticados de Síndrome da Imunodeficiência Humana (Aids) em mulheres idosas notificados nos anos de 2011 a 2021 no nordeste brasileiro.
MÉTODOS
Estudo descritivo e retrospectivo acerca dos casos de Aids em idosas (60 anos ou mais) no nordeste, considerando as variáveis: número de casos, ano do diagnóstico, faixa etária, raça, escolaridade, unidade federativa, forma de infecção pelo HIV e sexualidade. Os dados foram coletados por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil – DATASUS, pela ferramenta TABNET, não sendo necessário a submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa.
RESULTADOS
Foram notificados 1.487 casos de Aids diagnosticados em idosas nos estados do nordeste entre 2011 e 2021. Observou-se uma maior incidência na faixa etária de 60 a 69 anos (80,8%), quando comparada a 70 a 79 anos (15,2%) e 80 anos ou mais (4,0%). Tratando-se da raça, houve frequência de 71,8% em pardas, 15,4% em brancas, 8,3% em pretas, 0,5% em amarelas e 0,2% em indígenas. Quanto à escolaridade, os dados coletados somente apresentavam as estatísticas referentes a 621 mulheres, onde constatou-se: 21,6% analfabetas, 60,0% até ensino fundamental completo, 13,7% até ensino médio completo e 4,7% até ensino superior completo. Em relação à forma de infecção pelo HIV, sua maioria se deu por via sexual (98,3%), sendo desta 97,4% em mulheres heterossexuais, em 2,2% homossexuais, e 0,4% em bissexuais. O número de diagnósticos ao ano não teve grande variação entre os anos de 2011 a 2019, com um aumento quase que anual até o seu pico em 2019, com 186 novos casos, logo seguido de uma queda de 24,7% em 2020, com 140 casos, e um novo declínio em 2021, com redução de 63,6% e apenas 51 novos casos registrados. Destaca-se que a maior parcela de novos casos no período analisado foi no estado da Bahia, com 407 diagnosticados (27,8%), seguida de Pernambuco, com 316 (21,2%), e do Maranhão, com 246 (16,5%).
CONCLUSÕES
Diante dos dados, foi traçado um perfil epidemiológico das idosas diagnosticadas com Aids no nordeste brasileiro nos anos de 2011 a 2021, composto majoritariamente por mulheres entre as idades de 60 e 69 anos, pardas, com baixa escolaridade e heterossexuais, tendo o estado da Bahia a maior parcela de diagnósticos. Apesar do declínio no número de casos na população feminina idosa nos últimos dois anos analisados, destaca-se a importância de sua notificação, a fim de intervir precocemente.
Área
GINECOLOGIA - Epidemiologia
Autores
Silvia Renata Duarte Sobreira, Camila Silveira Marques, Fernanda Alves De Paula, Natália Maria Vasconcelos Oliveira, Larissa Rodrigues Melo, Francisco Jean Rocha Silva Filho, Thamile Chaves Dos Santos, Andreisa Paiva Monteiro Bilhar