60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Características dos Laudos de Mamografias de Rastreamento no Brasil

OBJETIVO

Avaliar os laudos de mamografias de rastreamento realizadas no Brasil entre 2013 e 2020.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo epidemiológico, retrospectivo, observacional e do tipo ecológico, com dados provenientes do Sistema de Informação do Câncer por meio da plataforma DATASUS. Foram incluídas mulheres entre 50 e 69 anos, que realizaram mamografia de rastreamento no Brasil entre 2013 e 2020, excluindo, portanto, o sexo masculino, as mamografias diagnósticas e as de pacientes que já foram tratadas. As variáveis analisadas foram ano de realização, risco elevado para câncer de mama, realização de mamografia anterior e periodicidade, acometimento da mama e linfonodal, e BI-RADS. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos da Universidade Federal de Sergipe, com número do CAAE 30667320.0.0000.5546.

RESULTADOS

Entre 2013 e 2020, foram feitos 10.024.019 laudos de mamografia de rastreamento. O pico ocorreu em 2019, com 1.904.305 (19,00%), com redução no ano seguinte para 1.141.493 laudos (11,38%). A população com risco elevado por história familiar de câncer de mama correspondeu a 12,17% das solicitações, sendo que 87,83% não era de risco elevado, não soube informar ou foi ignorada. Mais da metade 76,81% havia feito mamografia anteriormente. A periodicidade do exame foi anual em 33,13% e bienal em 24,06%. Houve presença de nódulo em pelo menos uma mama em 6,21% dos laudos, com maior acometimento de mama esquerda (42,69%), seguido de mama direita 38,14% e em ambas 19,17%. Em relação aos linfonodos da cadeia axilar direita e esquerda, respectivamente: alterados 0,79% e 0,80%, normais 64,80% e 63,50% e não visualizados 34,09% e 35,38%. Por fim, obteve-se categoria BI-RADS 0 (insatisfatório) em 10,66% dos laudos, categoria 1 (mamografia sem alterações) em 34,96%, categoria 2 (alterações benignas) em 51,35%, categoria 3 (alterações provavelmente benignas) em 2,30%, categoria 4 (alterações suspeitas) em 0,61%, e categoria 5 (alterações altamente suspeitas) em 0,11%.

CONCLUSÕES

Observou-se que a maioria das mulheres que se enquadravam nos critérios de rastreamento não apresentavam risco elevado para câncer de mama e realizavam o exame anualmente. Verificou-se também que parte considerável das mamografias foram classificadas como BI-RADS 2, alterações benignas. Além disso, houve uma redução na realização de mamografias em 2020.

Área

GINECOLOGIA - Epidemiologia

Autores

Leonardo Andrade da Cunha, Artur Andrade Melo Santana, Ullany Maria Lima Amorim Coelho de Albuquerque, Laura Teresa Reis dos Santos, João Eduardo Andrade Tavares de Aguiar, Barbara Rhayane Santos, Thais Serafim Leite de Barros Silva, Júlia Maria Gonçalves Dias