60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

NEOPLASIA MALIGNA DO COLO DO ÚTERO NO BRASIL ENTRE 2015 E 2021: REPERCUSSÕES PARA O SISTEMA DE SAÚDE

OBJETIVO

Analisar o impacto da neoplasia maligna do colo do útero para o sistema de saúde brasileiro durante o período de 2015 a 2021, comparando o valor gasto pelo sistema público com o número de óbitos e internações pela doença.

MÉTODOS

Foi realizado um estudo descritivo e retrospectivo, a partir de dados coletados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) - Morbidade Hospitalar do SUS, do período de Janeiro de 2015 a Dezembro de 2021, totalizando 6 anos de dados coletados. As variáveis analisadas foram o número de internações, número de óbitos, valor dos serviços hospitalares, valor dos serviços profissionais e valor total.

RESULTADOS

Durante o período analisado, ocorreram 153.143 internações por neoplasia maligna de colo do útero no Brasil, das quais 39,6% foram na região Sudeste (n = 60.643), 26,9% na região Nordeste (n = 41.208), 19,2% no Sul (n = 29.477), 7,2% no Norte (10.986) e 7,1% no Centro-Oeste (10.838). O número de internações foi de 20.310 em 2015, 20.310 em 2016, 21.143 em 2017, 22.044 em 2018, 23.768 em 2019, 22.457 em 2020 e 23.111 em 2021. O número total de óbitos durante os 6 anos foi 17.810, dos quais 2.278 ocorreram em 2015, 2.375 em 2016, 2.494 em 2017, 2.625 em 2018, 2.759 em 2019, 2.633 em 2020 e 2.633 em 2021. Quanto aos custos para o sistema de saúde, foram gastos 239.733.411,28 reais em serviços hospitalares e 57.680.342,03 reais em serviços profissionais durante esse período. No ano de 2015, o valor total gasto foi de 37.194.674,91 reais, enquanto R$ 38.451.959,09 foram gastos em 2016, R$ 40.503.192,87 em 2017, R$ 41.397.758,20 em 2018, R$ 45.021.563,14 em 2019, R$ 46.001.654,21 em 2020 e R$ 49.391.404,59 em 2021. Logo, comparando o ano de 2015 ao ano de 2021, evidencia-se um aumento de 32,8% nos gastos totais, 13,8% no número de internações e 15,6% no número de óbitos.

CONCLUSÕES

O aumento do número de internações e óbitos, mesmo que discreto, demonstra que ainda existem muitos desafios a serem superados na prevenção e rastreio do câncer de colo uterino no Brasil. O valor gasto pelo sistema de saúde, por sua vez, aumentou de forma mais considerável, revelando a importância da neoplasia maligna do colo do útero como desafio de saúde pública. Em relação ao aumento dos custos, é importante também levar em consideração uma possível influência do crescimento da cobertura do sistema de saúde, levando ao aumento do diagnóstico e consequentemente dos casos tratados dessa neoplasia.

Área

GINECOLOGIA - Epidemiologia

Autores

Larissa Rodrigues Melo, Silvia Renata Duarte Sobreira, Ingrid Barbosa Lopes, Luisa Rolim Miranda, Renata Monteiro Jovino, Camila Silveira Marques, Gabriel Marcos Leônidas, Andreisa Paiva Monteiro Bilhar