60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Úlcera de Lipschütz como manifestação inicial de Leucemia Mieloide Aguda - um relato de caso e revisão da literatura

CONTEXTO

O relato de caso será redigido em texto livre, contendo breve introdução sobre as duas condições mais relacionadas com a apresentação clínica da paciente, a Úlcera de Lipschütz e a Doença de Behçet, seguida do relato da admissão e seguimento diagnóstico e terapêutico da paciente acometida pela úlcera vulvovaginal no Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch (M'Boi Mirim), em São Paulo. Após a redação do caso, com suas particularidades, exames complementares, imagens da lesão e desfecho clínico, será abordado um tópico de discussão/conclusão acerca da Úlcera de Lipschütz como possível manifestação inicial da Leucemia Mielóide Aguda, correlacionando com as limitações diagnósticas das hipóteses aventadas e o difícil manejo do quadro, além de trazer à discussão a importância clínica desse diagnóstico que se faz necessário para a condução do caso. Foi obtido o TCLE da paciente autorizando o uso das informações. Tal relato foi submetido na Plataforma Brasil.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Sexo feminino, 63a, G5P3A2, abstinência sexual há 6 anos, com queixa de lesão vulvar ulcerada à esquerda há cerca de 5 dias associada à dor, febre e mal estar. Refere episódio prévio recente de IVAS, autolimitado. Ao EF ginecológico, lesão ulcerada de bordas sujas com fibrina em seu interior, 2,5 cm, em região peri grande lábio esquerdo, dolorosa à palpação. Optado por internação hospitalar e manter em observação clínica. Nos exames da admissão, apresentou leucócitos 5630 μL, linfocitose e PCR aumentado, sendo descartados ISTs. Evoluiu com piora do quadro e lesões aftosas orais. Realizado biópsia da ulceração genital aguda, com anatomopatológico sem alterações. Foi discutido doença de Behçet como diagnóstico diferencial e descartado pelo padrão das úlceras. Devido estabilidade clínica, recebeu alta hospitalar para seguimento ambulatorial e retornou em dois dias, com piora do quadro, descompensação clínica e os novos exames vieram com leucocitose importante (86100 μL, com mais de 70% de blastos mielóides em sangue periférico) e plaquetopenia. Aventada a hipótese diagnóstica mais provável de LMA, foi encaminhada para Hospital das Clínicas de SP para confirmação diagnóstica e tratamento.

COMENTÁRIOS

A principal etiologia de úlceras genitais são infecciosas, porém, ocasionalmente, essas lesões podem representar etiologias não infecciosas e até mesmo indeterminadas. Na literatura, há um relato de caso em que úlceras genitais foram a primeira manifestação de LMA em uma mulher, contudo, pouco se sabe sobre isso.

Área

GINECOLOGIA - Patologia do Trato Genital Inferior

Autores

Nicole Simoes Marini, Laura Palmieri Silva e Sousa, Lorena Ormrod Sallovitz, Mari Hattori Ballantyne Wyper, Cintia Ribeiro Silva