Dados do Trabalho

TÍTULO

A ELEVADA MORBIMORTALIDADE DA GASTROSQUISE: PERFIL MATERNO E DESFECHOS PERINATAIS.

OBJETIVO

Avaliar os casos com diagnóstico fetal de gastrosquise acompanhadas em serviço de medicina fetal e o seu desfecho gestacional e pós-natal.

MÉTODOS

Estudo retrospectivo descritivo com consulta a banco de dados de serviço de medicina fetal e revisão de prontuários eletrônicos de janeiro de 2015 a janeiro de 2022.

RESULTADOS

A amostra foi composta por 65 pacientes com diagnóstico fetal de gastrosquise. A média da idade materna foi de 20,3 anos (14 a 41 anos), sendo que 58% das pacientes tinham 20 anos ou menos. Em relação à paridade, 73% das pacientes eram primigestas. A época mais comum do diagnóstico foi no segundo trimestre, 36 fetos (55%), seguido pelo terceiro trimestre 17 casos (26%) e em 6 pacientes (9%), o diagnóstico foi feito no primeiro trimestre. Em seis casos não foi possível verificar a idade gestacional ao diagnóstico. A mortalidade geral foi de 18 casos (28%). Houve três óbitos fetais e 15 casos (83%) evoluíram com óbito no período pós-natal, sendo o mais tardio com um ano e um mês de vida. Dentre os 62 fetos vivos, 36 (58%) evoluíram com parto prematuro (<37semanas), sendo apenas seis (9,7%) com <34 semanas. A idade gestacional média de nascimento foi 36 semanas e dois dias. O peso ao nascer médio foi de 2298 gramas (1440 a 3140 gramas). Vinte e quatro bebês (39%) foram classificados como pequenos para a idade gestacional, todos os demais tiveram peso adequado ao nascer (61%). O número médio de cirurgias realizadas após o nascimento foi de 1,9. Metade dos bebês (31) necessitou de apenas uma cirurgia, e o número máximo relatado de cirurgias foi cinco. A sepse foi a principal complicação referida em prontuário, descrita em 18 casos (28%). O tempo de internação variou de 2 a 687 dias, tempo médio de 67 dias.

CONCLUSÕES

A gastrosquise é uma malformação fetal com elevada morbimortalidade perinatal, com alta taxa de prematuridade e longo período de internação hospitalar.