60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

MÚLTIPLAS RECIDIVAS DE ADENOCARCINOMA ENDOMETRIOIDE: UM RELATO DE CASO

CONTEXTO

O câncer de endométrio é a segunda neoplasia ginecológica segunda mais comum em países subdesenvolvidos. O manejo terapêutico é essencialmente cirúrgico, embora conte com amplo papel da radioterapia, especialmente em doenças mais avançadas e pouco diferenciadas. O estadiamento, base importante para o planejamento terapêutico, é indispensável, e depende tanto do aspecto clínico da paciente, exames laboratoriais, mas é invariavelmente cirúrgico.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente feminina de 79 anos, hipertensa crônica, ex-tabagista (40 anos-maço), menopausa aos 40 anos sem uso de terapia hormonal após, apresenta-se ao ambulatório com queixa de sangramento pós-menopausa. Endométrio com espessura avaliada à ultrassonografia de 1,5 cm. Indicada histeroscopia com biópsia endometrial, que revelou, no anátomo-patológico, diagnóstico de adenocarcinoma endometrioide de grau 2. Frente a esse resultado, indicou-se pan-histerectomia abdominal com linfadenectomia pélvica total em novembro de 2019. Porém, resultado final da análise anátomo-patológica da peça cirúrgica revelou adenocarcinoma endometrioide de grau 3, com infiltração miometrial superior a 50%, com comprometimento linfovascular focal e estendendo-se a estroma e mucosa cervicais. Linfonodos sem comprometimento. Paciente havia sido encaminhada para radioterapia adjuvante, porém não conseguiu realizá-la a tempo. Apresentou lesão em fundo de saco vaginal e introito vaginal em maio de 2020, biopsiadas e confirmada a recidiva. Realizada, neste momento, ressecção das mesmas com radioterapia e braquiterapia suplementar em junho do mesmo ano. Em tomografia de seguimento, em abril de 2021, apresentou lesões nodulares em musculatura aponeurótica, ressecadas com o diagnóstico de novas recidivas em parede abdominal. Frente a isso, realizada nova indicação de radioterapia em região inguinal, concluída em agosto de 2021. Paciente entrou em novo seguimento após, porém apresentou novas formações nodulares em parede anterior em ressonância magnética de fevereiro de 2022. Indicado novo ciclo de quimioterapia de março a junho de 2022, no momento encontra-se aguardando ressonância magnética de controle para definição em round multidisciplinar de nova proposta terapêutica.

COMENTÁRIOS

O andamento do caso mostra a importância da análise adequada do câncer endometrial. Isso se dá porque uma amostragem ao acaso não correspondente com a característica predominante da lesão determinou uma cirurgia de porte menor do que a que seria inicialmente necessária.

Área

GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica

Autores

João Antônio Vila Nova Asmar, Fernanda Courtois, Jefferson Henrique Zwir Poli, Renata Ávila, Rosilene Jara Reis