60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

CONTRACEPÇÃO DURANTE A PANDEMIA COVID-19: ANÁLISE DAS MUDANÇAS NO USO DE CONTRACEPTIVOS E NA ORIENTAÇÃO MÉDICA DE PLANEJAMENTO FAMILIAR DURANTE O PERÍODO DE ISOLAMENTO SOCIAL NO MUNICÍPIO DE C

OBJETIVO

O presente estudo tem como objetivo avaliar se a pandemia COVID-19 teve impacto no uso e manutenção de métodos contraceptivos pelas mulheres e na assistência médica ao planejamento familiar durante o período de isolamento social.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo observacional transversal que possui duas populações: mulheres cisgênero em idade fértil entre 18 e 40 anos e médicos que atuam na orientação de planejamento familiar, pelo menos desde março de 2018, em Curitiba. Os pesquisadores criaram um questionário para cada população sobre uso de métodos contraceptivos e orientação de planejamento familiar nos 2 anos antes e durante a pandemia. As respostas foram confidenciais. Este projeto e seus Termos de Consentimento Livre e Esclarecido foram submetidos ao Comitê de Ética e Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, CAAE 46362221.1.0000.0020 e aprovados pelo parecer 4.900.429.

RESULTADOS

Para os médicos (n=32) houve: um aumento de 20% na mudança/interrupção de métodos contraceptivos, uma diminuição de 30% da participação dos médicos para tal e um aumento de 10% na média de busca por LARCs, o método mais procurado. Não houve aumento no número de gestações ou na incidência de ISTs. 81,3% consideraram que a pandemia prejudicou os serviços de planejamento familiar e mais de 56% nunca utilizou a telemedicina para esses serviços. 56,3% atendem apenas no SUS. Quanto às mulheres (n=153): 96,1% tinham acesso à convênio médico/medicina particular, não houve relato de interrupção do método por dificuldade financeira ou de acesso a serviço de saúde, houve aumento de quase 10% na intenção de utilizar métodos contraceptivos para amenorreia e que não dependessem da memória, LARCs corresponderam a 55,3% dos métodos procurados, e apenas 2% procuram a telemedicina.

CONCLUSÕES

Os dados apresentados estão, em parte, de acordo com a literatura: aumento da procura por LARCs e prejuízo aos serviços de orientação em planejamento familiar. Todavia, não foi observado um aumento do número das gestações, como previsto. O prejuízo a estes serviços pode, também, ser relacionado a não utilização da telemedicina por 56% dos médicos e por 98% das pacientes. Por fim, são necessários estudos mais extensos para descobrir os reais impactos que a pandemia COVID-19 teve na orientação em planejamento familiar e no uso de contraceptivos, quais populações foram mais afetadas e quais devem ser as medidas instauradas e protocolos criados para controlar os desfechos e preveni-los em outras situações de saúde mundial.

Área

GINECOLOGIA - Contracepção

Autores

Marta Francis Benevides Rehme, Matheus Corvello Teixeira, Flávia Centenaro de Oliveira