60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

LINFADENECTOMIA DE RESGATE EM NEOPLASIA DE COLO UTERINO AVANÇADA: UM RELATO DE CASO

CONTEXTO

O manejo cirúrgico inicial para neoplasia de colo uterino reserva-se para lesões menores de 4 cm sem comprometimento de terço médio de vagina, paramétrios ou progressão linfonodal ou invasão de outros órgãos. Nestes casos, sabe-se que há melhora de sobrevida e menor risco de recidiva caso seja optado pela terapia sistêmica e radioterápica upfront. No entanto, em casos selecionados, existe evidência de possibilidade cirúrgica direcionada como manejo de resgate, que vem mostrado algum benefício em sobrevida quando bem indicado.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente feminina, 41 anos, diagnosticada em março de 2021 com carcinoma espinocelular de colo uterino de 4 x 3,2 x 3,4 cm, com lesões de provável natureza secundária à ressonância magnética de agosto de 2021, em cadeias linfonodais pélvicas bilateralmente (as maiores em cadeia ilíaca externa esquerda com 5 x 4,4cm, em cadeia ilíaca externa direita com 2,5 x 2,3cm), bem como lesão linfonodal em cadeia ilíaca comum esquerda (aproximadamente 4 x 2,3cm), caracterizando estadiamento clínico pré-tratamento em IIIC2 conforme FIGO. Realiza, conforme literatura, tratamento com quimioterapia e radioterapia, entre setembro e dezembro de 2021. À ressonância magnética de abril de 2022, apresentou regressão completa da lesão em colo, que apresentou característica atrófica, porém persistência das lesões em cadeias linfonodais, surgindo lesões com áreas de necrose, a maior com 2,5 cm, em cadeias para-aórtica e pré-caval. Optado, em julho de 2022, por linfadenectomia pélvica bilateral e para-aórtica a qual confirmou metástase em anátomo-patológico de linfonodos intra cava-aórtico, para-aórtico supramesentérico, para-aórtico e ilíaco. Sem demais lesões. Seguirá seguimento conforme oncologia clínica.

COMENTÁRIOS

Neste caso, evidencia-se a importância da abordagem não-cirúrgica inicial para tumores de colo uterino avançados de linhagem epitelial. Porém, reserva-se a possibilidade cirúrgica com melhora de sobrevida para casos específicos, como esse, no qual há progressão de doença em cadeias linfonodais e regressão completa do foco primário da neoplasia.

Área

GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica

Autores

João Antônio Vila Nova Asmar, Cintia Reginato Martins, Mariana da Silveira Suñe, Jefferson Henrique Zwir Poli, Renata Ávila, Rosilene Jara Reis