Dados do Trabalho
TÍTULO
Imunização passiva contra COVID-19 em bebês amamentados por mães imunizadas: revisão sistematizada
OBJETIVO
Analisar a possibilidade de imunização passiva em bebês contra COVID-19 por meio do aleitamento materno após a imunização das mães.
FONTE DE DADOS
Foi realizada uma busca nas bases de dados PubMed, Web of Science, LILACS e SciELO, restrita a artigos publicados entre 2020 e 2022, em inglês e português. Utilizou-se os descritores DeCS/MeSH “SARS-CoV-2”, “COVID-19” “antibodies”, “breastfeeding”, “human milk” e “passive immunity”.
SELEÇÃO DE ESTUDOS
Foram encontrados 41 artigos e 8 foram selecionados. Os critérios de exclusão foram tema não compatível, artigos duplicados, artigos indisponíveis e revisões.
COLETA DE DADOS
Os dados foram extraídos dos artigos e tabulados no Microsoft Word seguindo quatro categorias: presença de anticorpos nas amostras, capacidade de neutralização do vírus, tempo para o aparecimento de anticorpos no leite após imunização e período em que os anticorpos permanecem presentes no leite.
SÍNTESE DE DADOS
Em todos os estudos foram encontrados anticorpos anti-RBD IgA específicos contra a SARS-CoV-2 nas amostras de leite materno, variando de 77 a 100% dos materiais analisados. No entanto, somente em dois artigos foi averiguada a capacidade de neutralização do vírus in vitro, que foi de 62% e 100%. Dentre as pesquisas que estudaram o tempo para o aparecimento de anticorpos no leite humano após a imunização, seja por vacina ou por contágio pelo vírus, foi detectado o intervalo de 7 a 21 dias para que isso ocorresse nas mães vacinadas e de 15 a 30 dias após o final dos sintomas das contaminadas pelo COVID-19. Também foi analisado o tempo em que esses anticorpos permanecem sendo encontrados no leite materno em quantidades suficientes para promover a imunização do bebê, que variou de 60 a 150 dias. Por fim, muitos estudos citam como limitação a falta de testes in vivo nas crianças que foram amamentadas por mães imunizadas.
CONCLUSÕES
Anticorpos contra o SARS-CoV-2 estão presentes no leite materno, o que representa um indício da capacidade de imunizar passivamente os bebês amamentados por, no mínimo, os 5 primeiros meses de vida. Apesar da limitação em verificar a ação desses anticorpos nas crianças in vivo, o aleitamento materno por mulheres já imunizadas contra a COVID-19 é fortemente indicado como forma de proteção para esse grupo, tendo em vista que a imunização proporcionada por esse método já é sabida cientificamente para outras doenças e que as vacinas contra o SARS-CoV-2 ainda não foram aprovadas para aplicação em bebês.
Área
OBSTETRÍCIA - Doenças infecciosas na gestação
Autores
Igor Carvalho Brasil, Camila Silveira Marques, Francisco Jean Rocha Silva Filho, José Armando Pessôa Neto, Mariana Queiroz de Souza, Silvia Renata Duarte Sobreira, Larissa Rodrigues Melo, Andreisa Paiva Monteiro Bilhar