60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

TRAQUELECTOMIA E ABORDAGEM EXTRAPERITONEAL DE LINFONODO SENTINELA PÉLVICO EM CÂNCER DE COLO UTERINO: UM RELATO DE CASO

CONTEXTO

Sabe-se que o tratamento ideal das neoplasias de colo uterino menores de 4 cm sem invasão de vagina, paramétrios ou implantes secundários consiste na cirurgia de Wertheim-Meiggs, podendo ser substituída, em casos selecionados, para a traquelectomia radical, com linfadenectomia pélvica bilateral. Entretanto, há casos específicos em que a abordagem cirúrgica tradicional pode corresponder a um empecilho frente às comorbidades encontradas.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente feminina, 28 anos, portadora de Síndrome Antifosfolipídica, história prévia de seis laparotomias na adolescência por isquemia mesentérica complicada, apresenta-se com CP de agosto de 2020 com atipias de significado indeterminado, não afastada a possibilidade de lesão de alto grau. Realizada colposcopia com achados maiores em fevereiro de 2021, biopsiada e com anátomo-patológico de neoplasia intracervical tipo 3. Realizada conização de colo uterino em agosto de 2021, com diagnóstico definitivo de carcinoma epidermoide invasor de 2 cm, sem invasão de vagina, paramétrios ou implantes secundários ao exame físico ou imagens estadiadoras, sendo classificado como IB2 pela FIGO. Discutido caso em reunião multidisciplinar e, haja vista a dificuldade técnica da abordagem abdominal, optou-se pela realização, em fevereiro de 2022, de traquelectomia via vaginal e abordagem de retroperitônio por via inguinal bilateral para biópsias de linfonodos sentinelas sem acesso à cavidade peritoneal, sem implantes de lesão à congelação. Optado, neste momento, por não realizar linfadenectomia bilateral pelo alto risco de trombose da paciente em questão. Ausência de neoplasia residual na avaliação de anátomo-patológico de colo uterino. Paciente entra em seguimento, sem evidência de recidiva até o presente momento.

COMENTÁRIOS

O caso evidencia a importância da individualização das condutas em ginecologia oncológica, especialmente em pacientes com particularidades clínico-cirúrgicas que dificultem a abordagem tradicional da neoplasia. Houve sucesso, até o momento, em uma abordagem não convencional clínica e cirúrgica para a paciente em questão, que foi otimizada especificamente para o seu caso.

Área

GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica

Autores

João Antônio Vila Nova Asmar, Luiza Ramos Rhoden, Flavine Tonietto, Jefferson Henrique Zwir Poli, Renata Ávila, Rosilene Jara Reis