Dados do Trabalho

TÍTULO

COMPLICAÇÃO OBSTÉTRICA APÓS CORREÇÃO DE MIELOMENINGOCELE INTRAUTERINA: RELATO DE CASO

CONTEXTO

A mielomeningocele (MMC) é uma anomalia congênita do sistema nervoso central que pode acarretar em deficiências marcantes para o concepto no período pós-natal. A cirurgia intrauterina para a correção dessa anomalia fetal é realizada desde 1994, entretanto, não exime de complicações materno-fetais. O presente trabalho tem como objetivo relatar o caso com complicações após correção de mielomeningocele via mini-histerotomia de paciente atendida em um Hospital da Amazônia Ocidental, demonstrando a importância do acompanhamento após procedimento cirúrgico. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 47208921.6.0000.5300)

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente feminina, 18 anos, primigesta, admitida no Centro Obstétrico de Alto Risco com idade gestacional (IG) de 26 semanas e 5 dias, apresentando quadro de amniorrexe prematura pré-termo (RPPT), com perda de líquido claro e dor em baixo ventre. Histórico de, há 30 dias, ter sido submetida a cirurgia para correção de MMC, através da técnica de mini-histerotomia. A descrição de encaminhamento trazia que, no pós-operatório, o colo uterino apresentava 10mm de comprimento com inserção de pessário, contudo houve deslocamento logo nos primeiros dias de alta hospitalar do hospital de origem. Ao exame físico apresentava-se em bom estado geral, altura uterina de 25 cm, tônus uterino normal e ausência de contrações e batimentos cardíacos fetais em 150 bpm. O exame especular da internação, mostrou colo uterino fechado,sem evidência de líquido através do orifício cervical externo, mesmo após manobra ativa. Havia descrição de oligoidrâmnio em ultrassom realizado após a queixa referida. Com 10 dias de RPPT, evoluiu com dor, sangramento vaginal e aumento da resistência da artéria umbilical (IP = 0,85) ao doppler obstétrico. Realizada cesariana de emergência com desfechos favoráveis ao binômio materno-fetal.

COMENTÁRIOS

A cirurgia intrauterina para a correção da MMC fetal é realizada desde 1994, entretanto, ela não exime complicações materno-fetais. Dentre as possíveis complicações obstétricas, estão: oligoidrâmnio, descolamento prematuro de placenta, rotura prematura de membranas, parto prematuro e, em menor grau, rotura uterina. Desse modo, ressalta-se a importância do acompanhamento materno-fetal após procedimento cirúrgico para prevenir ou intervir precocemente a fim de melhorar o desfecho materno-fetal.